IMPEACHMENT É PROCESSO PREVISTO NA CONSTITUIÇÃO, DIZEM MINISTROS
DO STF.
Ministros
do Supremo Tribunal Federal reagiram às declarações da presidente Dilma
Rousseff de que o impeachment é tentativa de golpe.
A
temperatura sobe na política e os ministros do Supremo Tribunal Federal reagiram às declarações da
presidente de que o impeachment é tentativa de golpe.
A presidente Dilma
insiste e complica ainda mais a situação dela.
Na comissão especial os prazos estão correndo sem
atrasos até o momento. Em relação às declarações da presidente Dilma, ministros
do Supremo Tribunal Federal lembraram que o impeachment é legal e que está
previsto na Constituição.
A comissão de impeachment já recebeu 65 requerimentos
de deputados. Muitos pedem a convocação de ministros, ex-ministros e até
ex-presidentes, mas o relator já anunciou: só pretende ouvir representantes dos
duas partes no processo.
Os juristas que fizeram a denúncia contra a
presidente, um representante do Tribunal de Contas para falar sobre as
pedaladas fiscais e as pessoas que forem indicadas para fazer a defesa da
presidente Dilma
Rousseff.
“Nós decidimos não ouvir ninguém por nós não podemos
produzir prova, nesse processo não podemos produzir provas. Nós temos que ater
às provas já dentro do processo e dentro dessas provas nós temos que extrair o
nosso relatório”, explicou o relator, o deputado Jovahir Arantes, do PTB de Goiás.
Na quarta (23), a presidente Dilma voltou a questionar
o processo de impeachment. “O grande esforço para fazer o Brasil voltar crescer
é estabilidade política, é parar com a tentativa sistemática de golpe, é parar
com o fato de criarem motivos inexistentes, não respeitáveis, para um processo
de impeachment que é ilegítimo e ilegal”, afirmou Dilma Rousseff.
Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal lembraram
que o processo está previsto na Constituição.
“Não se trata de um golpe. Todas
as democracias têm mecanismos de controles e o processo de impeachment é um
tipo de controle. Eu não vou opinar sobre o caso concreto, porque o juiz do
caso concreto é a Câmara dos
Deputados, inicialmente, e posteriormente o Senado da
República".
Qualquer andamento do processo que esteja fora das regras legais,
pode o Supremo Tribunal Federal então colocar dentro dos paramentos da
Constituição.
E aqueles que se sentirem atingidos podem recorrer à Justiça
brasileira. O que ocorre hoje é a democracia. É muito melhor vivermos dessa
forma do que sob uma ditadura”, disse o ministro Dias Toffoli.
“A presidente deve ter dito que, se não se cumprir a
Constituição, é que poderia haver alguma algum desbordamento. Não acredito que
ela tenha falado que impeachment é golpe porque o impeachment é um instituto
previsto constitucionalmente.
O que não pode acontecer de jeito nenhum é nem
impeachment nem qualquer tipo de processo político-penal ou penal sem
observância das regras constitucionais”, afirmou a ministra Carmen Lúcia.
Alertas de risco de golpe político também saíram do
Palácio do Itamaraty. Na sexta-feira da semana passada, o ministro responsável
pela área de Combate à Fome do Ministério das Relações Exteriores, Milton Rondó
Filho, mandou telegramas para embaixadas e representações do Brasil no exterior
pedindo que indicassem um representante para conversar com organizações da
sociedade civil naqueles países sobre a suposta ameaça de golpe no Brasil.
Um dos telegramas enviados retransmite uma nota da
Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais, Abong, que afirma:
“Não ao golpe. Nossa luta continua”.
Outra mensagem publicada pelo jornal é assinada por
centrais sindicais e ONGs do Brasil e denuncia um “processo reacionário que
está em curso no país contra o estado democrático de direito”.
O Itamaraty explicou que os telegramas foram enviadas
por iniciativa de um servidor e que no mesmo dia, o ministério mandou mensagem
para as embaixadas orientando que as mensagens anteriores fossem ignoradas,
canceladas.
No Congresso, a oposição quer que o ministro de
Relações Exteriores dê explicações sobre o episódio. “Nós não estamos em guerra
civil para se politizar um órgão como o Itamaraty, que é um órgão de Estado”,
disse o deputado Raul Jungmann, do PPS de Pernambuco.
Para os governistas, o caso já foi esclarecido porque
o secretário-geral do Itamaraty tomou providências assim que soube das
mensagens. “É uma manifestação de um funcionário do Itamaraty, que resolveu se
comunicar com as embaixadas e que ele não tem autoridade porque ele não compõe
nem primeiro, nem segundo, nem terceiro escalão do Itamaraty”, afirmou o
senador Jorge Viana, do PT do Acre.
O Itamaraty informou que o ministro Milton Rondó foi
advertido e não poderá mais emitir qualquer circular ou telegrama sem
autorização superior.
Fonte: Agência Brasil.
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