domingo, 13 de março de 2016

SEGMENTOS ATOLADO NA CORRUPÇÃO - NAVEGAR AO NATURAL

 PMDB E TEMER ESTÃO PREPARADOS PARA ASSUMIR, DIZ LÍDER DO PARTIDO NO SENADO.


Líder do PMDB no Senado e um dos principais aliados da presidente Dilma Rousseff, Eunício Oliveira (CE) diz que o vice-presidente Michel Temer está pronto para assumir o governo se a petista for afastada. 

“Se os fatos avançarem e levarem à condição de o vice Michel Temer, presidente do meu partido, ter de assumir, obviamente que ele está preparado e o partido está preparado”, disse.

Em entrevista ao Estado, Eunício Oliveira, de 63 anos, 42 dos quais, está filiado ao mesmo partido, ressalvou que o PMDB não está “arquitetando a derrubada do governo”. 

Mas disse que, embora Dilma tenha sido eleita para os quatro anos de mandato, se os fatos se apresentarem contrários à permanência dela, “paciência”. 

Na convenção do PMDB, Temer foi reconduzido à presidência do partido e Eunício permanecerá como tesoureiro.

Peemedebista Eunício Oliveira, líder do PMDB no Senado, concede entrevista para o 'Estado' em seu gabinete no Senado, em Brasília. (ontem).


O objetivo da convenção é eleger a nova direção (do PMDB). Na pauta não existe nenhum outro item que não seja isso. 

É possível se discutir tudo. Moções apareceram, mas ela não tem qualquer caráter vinculativo de decisão partidária.


O Brasil está derretendo, a economia se desmanchando e nós, do PMDB, temos procurado discutir não só com nossos líderes como também com os demais partidos. 

Eu estava agora com o presidente do DEM (senador Agripino Maia). Estamos discutindo o que fazer para retirar o Brasil do buraco, independentemente da presidenta Dilma e do PT. Não podemos perder o Brasil para a crise. Estamos entrando em recessão e, se virar depressão, se torna perigoso.

O fato de o PMDB do Senado conversar com a oposição não mostra que o partido admite uma saída política sem Dilma?

Essa pergunta me foi feita no jantar na casa do Tasso Jereissati (senador do PSDB). Vocês se uniram à oposição para derrubar o governo? Não é assim que pensamos, estamos discutindo com a oposição para salvar o Brasil. Temos um processo de impeachment em aberto. Não há que se esconder nada, fazer algo no subterfúgio. Tem a outra questão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que é algo delicado e ainda a inquietude das pessoas nas ruas. Quem tem preocupação com o Brasil está preocupado com isso, não com a saída da presidente.


Temer está pronto para assumir a Presidência se Dilma sair?

Se os fatos avançarem e levarem à condição de o vice-presidente Michel Temer, presidente do meu partido, ter de assumir, obviamente que ele está preparado e o partido está preparado. Mas isso não quer dizer que estejamos arquitetando a derrubada do governo. Eu disse isso com todas as letras nas reuniões. Estamos lutando por uma saída política e econômica que dê condição de vida melhor para os brasileiros. Essa é a nossa função, não é tirar nem botar alguém. As questões estão todas postas na mesa, não tem o que esconder.

O PMDB votará a favor do impeachment?

Não sei. O PMDB não definiu essa questão. Tenho muito cuidado para não parecer que esse movimento que as lideranças do PMDB estão fazendo não apareça para a sociedade e para a mídia como uma trama para derrubar um governo. Estamos diante de fatos e, diante deles, temos que nos organizar, tomar nossas decisões, pensar o Brasil. Precisamos ter muita cautela, o que tem faltado em muitas pessoas e autoridades. Nós queremos assumir o poder no Brasil pela democracia e não num ato de golpe.

O PMDB do Senado deu sinais de estar chegando ao limite no apoio a Dilma.

Não vamos perder o Brasil para a crise. Esse é um propósito de um partido e de um senador que tem alguma inserção no contexto político nacional. Nós do PMDB do Senado; eu pelo menos estou dizendo; vamos esgotar tudo e todas as condições políticas e democráticas para que não tenhamos nenhum tipo de atropelo na democracia, para que o PMDB não apareça como partido oportunista ou golpista.

A presidente tem condições de governar até o fim do mandato?
Ela foi eleita para quatro anos de mandato. Agora, as circunstâncias se agravaram de tal forma que não esperávamos. Ninguém aguardava essa deterioração política, econômica e ética. Se essa junção levar a uma posição (de ela não concluir o mandato), só o tempo vai dizer.

Então, o senhor não descarta o abreviamento do mandato dela?
Ela foi eleita para quatro anos, mas, se fatos no meio do caminho se apresentarem contrários a essa manutenção, paciência.

Os fatos levam à saída dela?

A junção da questão ética – não falo da presidenta, falo do contexto, a questão política muito grave, a crise e a questão econômica que é mais grave, é o combustível para que a sociedade se movimente numa direção contrária. Isso ninguém pode esconder ou negar. 

Os protestos de amanhã podem deflagrar um processo de afastamento da presidente? O PMDB está atento a isso?

Numa democracia a população tem voz, voto e vez. Se através da movimentação pública, pacífica, não desejar um governante, é difícil você dar continuidade a esse governo. Vamos trabalhar com fatos, eles dirão qual a posição a seguir.

A ida de Lula ao governo poderia fortalecer a gestão Dilma?

Acho que vai gerar muitas especulações. Ele podia ter sido candidato em 2014. Depois, quando o governo começou a apresentar problemas, acho que talvez tivesse sido importante a participação efetiva do presidente Lula num governo da presidente Dilma.
Fonte: Agência Brasil.

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