COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE IMPACTO NAS BASES FOI PREVIAMENTE ANUNCIADA.
Nobres:
O que naturalmente estava sendo aguardado pela maioria
do povo brasileiro ao “disparar o alarme no Palácio do Planalto” que
literalmente estava armado em função dos atos reveladores da “operação Lava
Jato” em volta dos atos corruptos dos governos Lula e Dilma. Esta ultima, convocou
uma reunião de emergência com ministros e o novo chefe da Advocacia-Geral da
União, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, agora exercendo de direito uma
função que já exercia de fato. O motivo do encontro era o vazamento, na manhã
de quinta-feira, do que se diz ser o conteúdo da delação premiada do senador
Delcídio do Amaral (PT-MS), publicado pela revista Isto É. A delação ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal
Federal a decisão cabe ao ministro Teori Zavascki e Delcídio, preso em 25 de
novembro pela Operação Lava Jato, acusado de tentar interferir nas investigações
do petrolão, divulgou na tarde de quinta-feira uma nota, assinada por ele e por
seu advogado, em que não confirma o conteúdo da reportagem da Isto É uma atitude protocolar, pois
Delcídio não pode falar sobre o que contou às autoridades; tanto confirmar
quanto negar que o texto divulgado corresponde à sua delação violaria a
confidencialidade e o colocaria em maus lençóis. Nenhuma informação dada até o
momento pelos presos da Lava Jato implicava o Planalto de forma tão explícita Se
confirmadas, as informações podem representar o fim da linha para a presidente
Dilma e para o ex-presidente Lula, pois nenhuma informação dada até o momento
pelos investigados ou presos da Lava Jato implicava o Palácio do Planalto de
forma tão explícita. De acordo com o texto divulgado pela Isto É, Lula teria comprado o
silêncio do publicitário Marcos Valério, pivô do mensalão, por R$ 200 milhões,
na época da CPI dos Correios; mais recentemente, seria o ex-presidente o
responsável por mandar Delcídio fazer pagamentos à família do ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró – o objetivo seria impedir que Cerveró entregasse o
pecuarista José Carlos Bumlai, grande amigo de Lula. Ou seja, o ex-presidente
teria conhecimento da pilhagem executada na Petrobras. As acusações feitas
contra Dilma não são menos explosivas. Ainda no governo Lula, quando presidia o
Conselho de Administração da Petrobras, Dilma teria conhecimento de que havia
superfaturamento na compra da refinaria de Pasadena e teria agido diretamente
para manter Cerveró na cúpula da estatal. Isso, no entanto, não tem nenhum
impacto no processo de impeachment, pois são atos alheios ao exercício da
Presidência da República. Mas não ficou só nisso. Segundo o texto vazado, Dilma
teria tentado interferir no andamento da Lava Jato em pelo menos três ocasiões:
em uma conversa com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski; em supostas
negociações com o presidente do TJ catarinense, que seria nomeado para o
Superior Tribunal de Justiça caso outro juiz do mesmo estado votasse em que
empreiteiros presos na Lava Jato fossem soltos; e, por fim, com a nomeação para
o STJ do ministro Marcelo Navarro Dantas, que teria sido colocado no posto para
ajudar os empresários de fato, ele votou pela soltura de alguns detidos,
inclusive Marcelo Odebrecht, mas foi voto vencido. A suposta delação ainda
inclui outros políticos, tanto da base aliada quanto da oposição (e menciona um
“acordão” entre governo e oposição para tirar Lula e um de seus filhos do
relatório final da CPI dos Correios), mas o centro das atenções é, sem dúvida,
a menção a Lula e Dilma. O governo se apressou a desqualificar Delcídio e a
suposta delação: Dilma criticou os “vazamentos ilegais e seletivos”, mas os
ataques mais duros foram feitos por Cardozo, que falou em “ressentimento” e
“retaliação” porque o governo nada fez para tirar o senador da cadeia, e
afirmou que Delcídio “não tem credibilidade”. Apesar de todas as ressalvas que
são necessárias nesta situação, salta aos olhos a velocidade com que Delcídio
passou de líder do governo no Senado a pessoa desacreditada. Ele não é quadro
histórico do PT; jamais será aclamado como “guerreiro do povo brasileiro”. A
base do PT continua uma legenda que a solidez dos seus adeptos equaciona o
“companheirismo religioso” mesmo que age em nome de quaisquer ações, mesmo que
delituosas ou não.
Antônio
Scarcela Jorge.
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