Crise e cenários de 'transição' do
governo Dilma são os temas do jantar.
Avaliação é que PMDB deve adotar postura de maior independência.
Avaliação é que PMDB deve adotar postura de maior independência.
No mesmo dia em que tomaram café da manhã com o
ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e
o líder da bancada do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), se
reuniram para um jantar na casa do senador Tasso Jeireissati (PSDB-CE) com a
cúpula tucana.
O G1 apurou que o tema do encontro é
a crise política e cenários para uma "transição" do governo Dilma
Rousseff.
Além dos peemedebistas, compareceram ao jantar o
presidente nacional do PSDB, Aécio
Neves (MG), e os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Cássio Cunha
Lima (PSDB-PB).
Ao chegar ao prédio de Jereissati, Renan Calheiros foi
questionado pelo G1 sobre o tema da reunião. Qual reunião?,
perguntou de volta o presidente do Senado, antes de subir para o apartamento do
senador do PSDB.
No próximo sábado, o PMDB faz convenção nacional em Brasília, na
qual o vice-presidente da República, Michel Temer, deverá ser
reeleito presidente da sigla. A avaliação no partido é que o país está
paralisado e é preciso discutir alternativas.
Uma das hipóteses que tucanos e o grupo peemedebista liderado por Renan
Calheiros levaram para o jantar é a implementação no país de um
sistema semelhante ao parlamentarismo.
Na semana passada, o Senado aprovou em plenário a
criação de uma comissão especial para formular propostas de “adoção do sistema
de governo de matriz parlamentarista”.
A criação da comissão foi articulada por Renan Calheiros e o senador José Serra (PMDB-SP).
A proposta com maior força é de adoção não de um parlamentarismo
puro, como o do Reino Unido, mas de um semi-presidencialismo nos moldes da
França.
Por essa proposta, o presidente da República é eleito
e tem as mesmas atribuições do sistema atual.
O que difere é a figura do
primeiro-ministro, nomeado pelo presidente com aval do Legislativo, que chefia
o gabinete formado por todos os outros ministros de Estado.
Em caso de crise, o Legislativo pode destituir o
primeiro-ministro, obrigando o presidente a escolher outra pessoa para o posto,
que por sua vez, nomearia outros ministros.
Outro tema da reunião entre tucanos e senadores do
PMDB é o processo de impeachment da presidente Dilma.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já
afirmou que dará andamento ao processo na próxima semana, assim que o Supremo
Tribunal Federal (STF) decidir sobre embargos apresentados pela Câmara.
O
julgamento desse recurso está marcado para a próxima quarta (16).
Dilma sempre teve mais dificuldade em obter apoio da
base aliada na Câmara, mas contava com os senadores, principalmente do PMDB,
para barrar o processo de impeachment, caso os deputados autorizem a
instauração.
Os senadores tucanos e peemedebistas devem ainda
tratar da convenção nacional do PMDB e das manifestações de protesto contra o
governo.
Café da
manhã com Lula.
Na manhã desta quarta, tomaram café da manhã com Lula
os senadores Renan Calheiros, Eunício de Oliveira, Romero Jucá (PMDB-RR), Gleisi
Hoffmann (PT-PR), Jorge Viana (PT-AC) e Humberto Costa (PT-PE), entre outros da base
governista.
Um dos objetivos de Lula foi tentar manter o apoio do
PMDB ao governo Dilma. Na última sexta, o ex-presidente foi conduzido
coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal, na 24ª
fase da Operação Lava Jato.
Na tarde desta quarta, ele foi denunciado pelo
Ministério Público de São Paulo, que conduz outra investigação relacionada ao
petista, por crime de ocultação de patrimônio, falsidade ideológica e lavagem
de dinheiro por causa da suposta compra do triplex no Guarujá.
Fonte: G1 – DF.
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