AV. PAULISTA FICA MAIS DE 24 HORAS BLOQUEADA POR PROTESTO CONTRA
LULA.
Manifestação
começou às 18h15 desta quarta-feira, segundo a SSP.
Pedido oficial para protesto só foi feito no início da tarde desta quinta.
A Avenida Paulista supera às 24 horas de interdição
nos dois sentidos da via por causa da manifestação contra a nomeação do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil. O protesto
começou às 18h15 desta quarta-feira (16), segundo a PM. O bloqueio provocou
trânsito na região.
Questionada pelo G1, a Secretaria de
Segurança Pública não informou se há um prazo para o fim da manifestação ou
quando a Avenida Paulista será liberada. O órgão também não informou se haverá
retirada das barracas armadas pelos manifestantes na via.
No início da tarde, o secretário da Segurança Pública,
Alexandre de Moraes, afirmou que a SSP deixou claro
ao movimento que o protesto precisa terminar à noite porque
nesta sexta-feira haverá o protesto previamente marcado pelo PT e pela Central
Única dos Trabalhadores (CUT) em apoio a Lula e Dilma.
No entanto, o secretário não deu previsão de horário
para liberação. “O Movimento Brasil Livre agora fez uma convocação geral. E nós
colocamos de uma forma muito clara que até a noite, ou no final da tarde, eles
devem se retirar porque amanhã há outra manifestação marcada anteriormente”,
disse.
O grupo diz que irá continuar protestando até a
presidente Dilma Rousseff deixar o cargo.
Mais cedo, Moraes foi à Avenida Paulista, na região
central da capital paulista, e acabou
expulso pelos manifestantes.
Por volta de 18h, Paulo Skaf, presidente da Fiesp e
filiado ao PMDB, também foi hostilizado pelos manifestantes na Avenida
Paulista. Ele saiu do prédio da Fiesp e cantou o hino nacional com a mão para
cima, perto da multidão. Ele foi chamado de oportunista por manifestantes mais
exaltados.
Violência.
Durante estas 24 horas foram registradas ao menos três
casos de agressão. O primeiro foi contra um casal de
jovens na noite de quarta-feira, no início do protesto.
Nesta manhã, uma mulher foi
agredida no rosto durante o ato. A agressão partiu de um manifestante do mesmo
grupo quando o namorado da mulher tentava proteger um rapaz vestido com uma
camiseta vermelha, que passava pelo local e foi hostilizado.
Mais tarde,
um adolescente
de 17 anos foi perseguido por manifestantes. O jovem teve de ser
escoltado por policiais, que usaram bombas de efeito moral e gás de pimenta
para controlar os agressores.
A manifestação não foi convocada por nenhum movimento
social. Ela começou depois do anúncio da nomeação de Lula para a Casa Civil. A
concentração começou no vão livre do MASP e logo foi ganhando adesão. O
protesto seguiu pela noite de quarta e a madrugada. A Polícia Militar
acompanhou o protesto.
Pela manhã, um grupo de manifestantes bloqueou a
avenida na frente da sede da FIESP, mesmo assim outros trechos adjacentes
seguiam bloqueados apesar de não ter tanta gente reunida.
Os manifestantes levaram barracas e acamparam na
Paulista dizendo que só vão sair quando a presidente Dilma Rousseff renunciar.
Segundo o secretário de Segurança Pública, o protesto
precisa terminar à noite porque nesta sexta-feira haverá o protesto previamente
marcado pelo PT e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em apoio a Lula e
Dilma.
Pela manhã, em um evento da Polícia Científica, o
secretário afirmou que a polícia iria faze a desobstrução gradativa da
Paulista. Moraes foi perguntado pela manhã: "Secretário, não houve nenhuma
ordem sua ou do governador para a PM deixar as pessoas se manifestarem na
paulista?".
O secretário respondeu: "A minha ordem foi para
que se realize o mesmo protocolo que se realiza em todas as manifestações, ou
seja, se não houver sucesso na negociação, a necessidade de desobstrução. E é
isso que vai ser realizado".
Questionado sobre a demora para a liberação da
Paulista, o secretário disse pela manhã: "A negociação não está durando 18
horas, porque a negociação se iniciou logo pela manhã quando se verificou que
não houve a saída voluntária dos manifestantes. Então, continua o mesmo
cronograma. O que, o tratamento dos manifestantes é igual tanto nas grandes
manifestações quanto nas manifestações voluntárias que obstruem ruas",
afirmou.
Protesto
oficial.
No início da tarde o secretário foi à Avenida Paulista
para negociar a desobstrução da via. Moraes afirmou: "Quando a negociação
se iniciou, chegou informação de que haveria protesto do Movimento Brasil Livre
a partir das 11h.
Isso não se confirmou, mesmo sendo informadas duas horas
antes, o que não é o tempo necessário para organização.
Mas assim como o
Movimento Passe Livre comunicou nas últimas manifestações, com uma hora antes,
então nós aguardamos. Às 11h, isso não se confirmou, inclusive colocamos a
Tropa de Choque, para que houvesse a possibilidade de desobstruir as
vias".
"Mas, novamente, agora oficialmente chegou ofício
de que a partir das 13h haverá manifestação do Movimento Brasil Livre. Para
evitar que isso ocorra amanhã quando está marcada manifestação do PT e da CUT
na Paulista, eles vão fazer hoje, e nós vamos continuar bloqueando para essa
manifestação"
Em seguida, o secretário foi
hostilizado por alguns manifestantes e teve de sair da Paulista por volta de
12h30. Os manifestantes se concentram em frente ao prédio da FIESP.
Fonte: G1 – DF.
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