COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE
TRANSFORMOU EM PESADELO
“ CONTO"
O PODER DA UTOPIA!
Nobres:
Um dia a sociedade sonhou que Luís era um feiticeiro
de mão cheia. Vivia no Reino da Utopia, governado pela Rainha de Pasadena.
Dizem que Luís dominava o feitiço de fazer ouro fácil, mas abusou tanto que
acabou enfeitiçado. Sua história é triste, apesar de se iniciar bela. Era um
feiticeiro carismático provindo da plebe, gozava de ampla popularidade entre os
menos favorecidos e costumava dizer que era a viva alma mais honesta do reino.
Luís prometeu que usaria seu feitiço para ajudar os plebeus e escravos,
entretanto, fez um pacto sujo com os nobres poderosos do castelo e a eles
dispôs seu feitiço surrupiando o ouro da plebe. Assim, dominaram e depredaram o
patrimônio das fábricas do reino. Luís
era ignorante, não tinha estudo, prometeu aos nobres que o feitiço os impediria
de serem descobertos e achou que o Reino da Utopia possuía ouro o suficiente
para suportar as pilhagens. Então, veio a crise e as fábricas enfraqueceram.
Evidentemente, Luís ficou rico com os nobres crápulas, mas o castelo encantado
ruiu e a plebe continuou na miséria. A desconfiança pairou sobre ele e seus
comparsas, mas Luís tinha poderes sobre a Rainha de Pasadena e também influência
na Corte Suprema do reino. Acontece que o reino também tinha Tribunais
Inferiores, que não podiam ser comprados e funcionavam mantendo a ordem social.
Certa vez, um desses justiceiros, a quem chamavam Morus, resolveu investigar as
suspeitas que pairavam sobre Luís. Morus, então, mandou à masmorra alguns
nobres íntimos do feiticeiro e lhes ofereceu punição menor em troca de
informações. Muitos se negaram, mas alguns falaram. Insinuaram que Luís era o
mentor do conluio e havia desviado muita riqueza com os nobres, assim como
repassado parte do ouro suado da plebe a seus filhos que, antes de o pai virar
feiticeiro, não serviam para muita coisa. Porém, Morus ainda não tinha provas,
só acusações. Então, enviou seus guardas a fazerem uma devassa em locais que
seriam espólios obscuros de Luís. O feiticeiro revoltou-se, acusou Morus de
perseguição e mandou colocar seus protocolos naquele lugar. Mas uma ironia do
destino se deu. Luís, que tinha o apelido de “o pai dos plebeus”, por assim se
dizer defensor, foi surpreendido por eles. A vingança da plebe ocorreu de forma
indireta e não intencional, até onde se sabe. Enquanto Luís havia combinado sua
defesa com os nobres, esqueceu de combinar com os plebeus. Pois quando os
guardas de Morus chegaram a um sítio suspeito de envolver Luís, quem o entregou
foi o caseiro, aparentemente, sem querer. Da mesma forma, quando os guardas
foram até uma elegante estalagem toda reformada de frente para o mar, quem o
entregou foi a faxineira. Ademais, quando eles foram até onde o feiticeiro morava,
o porteiro, inocentemente, revelou no mesmo local outra propriedade, além da
que os guardas procuravam. Que ironia do destino! Luís fora malogrado pela
plebe!
Quando a casa caiu, a Rainha de Pasadena saiu em defesa do feiticeiro. Entretanto, sua moral entre os súditos era baixa e sua popularidade desprezível. Mas ela insistia na frágil defesa do feiticeiro, cujo feitiço não enfeitiçava mais. Até os justiceiros da Corte Suprema, antes fiéis, perceberam que os dois eram uma furada e passaram a endossar pareceres favoráveis à investigação. A Rainha ainda fez uma última tentativa para salvar Luís, deu uma “passadina” na casa dele a fim de prestar-lhe solidariedade. Enfim, Luís, sua esposa e a Rainha de Pasadena foram à varanda zombar da plebe que, por um instante, sonhou com um suicídio coletivo. E o que vem depois? Bem, a lógica diria que Luís foi para a masmorra e a Rainha, será deposta. O problema é que, no reino da Utopia, tudo pode acontecer. Haja paciência da plebe. ETA País!
Antônio
Scarcela Jorge.Quando a casa caiu, a Rainha de Pasadena saiu em defesa do feiticeiro. Entretanto, sua moral entre os súditos era baixa e sua popularidade desprezível. Mas ela insistia na frágil defesa do feiticeiro, cujo feitiço não enfeitiçava mais. Até os justiceiros da Corte Suprema, antes fiéis, perceberam que os dois eram uma furada e passaram a endossar pareceres favoráveis à investigação. A Rainha ainda fez uma última tentativa para salvar Luís, deu uma “passadina” na casa dele a fim de prestar-lhe solidariedade. Enfim, Luís, sua esposa e a Rainha de Pasadena foram à varanda zombar da plebe que, por um instante, sonhou com um suicídio coletivo. E o que vem depois? Bem, a lógica diria que Luís foi para a masmorra e a Rainha, será deposta. O problema é que, no reino da Utopia, tudo pode acontecer. Haja paciência da plebe. ETA País!
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