COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE
O PODER E A ARROGÂNCIA.
Nobres:
Passado a limpo os acontecimentos que envolveram os
políticos e de forma especial o ex-presidente Lula, que pensando está no ar de seu todo poderoso
reino, da arrogância, da prepotência e de super-Deus do povo brasileiro, que
seus segmentos aliados e corruptos dão razão a ele falou muito em público e não
fez questão de esconder que a fachada do “Lulinha paz e amor” tinha acabado,
como no famoso discurso da jararaca. Mas as gravações que tiveram seu sigilo
levantado pelo juiz Sergio Moro é que mostram o mais autêntico Lula. E ele está
bem longe do Lula da carta aberta, em tom lacrimoso, divulgada na noite de quinta-feira.
São tantas as conversas emblemáticas que acaba sendo necessário fazer um
recorte. Não podemos deixar de mencionar a conversa com o prefeito Eduardo
Paes, que ironicamente repreende Lula por ter um sítio em um lugar como Atibaia
(este prefeito é um impostor, patife que ele mesmo descreve sua péssima
personalidade). Também não podemos ignorar três referências absurdamente
machistas: primeiro, os comentários sobre as deputadas Maria do Rosário e
Fátima Bezerra, na conversa com o ex-ministro Paulo Vannuchi; segundo, quando
Lula, em conversa com Dilma, faz piada com a assessora Clara Ant, do Instituto
Lula, que teria sido surpreendida por cinco homens da PF enquanto dormia
sozinha e “pensou que era presente de Deus” (Dilma, por sua vez, gargalha); e,
por fim, quando Lula e Jaques Wagner se regozijam com os xingamentos recebidos
pela ex-petista Marta Suplicy na manifestação de 13 de março. Os órgãos do
governo, para Lula, precisam estar ao seu serviço, ou a serviço do partido. Mas
é com outras frases, nem sempre tão pitoresca quanto as que vêm sendo mais
divulgadas, que Lula comprova o que já dizíamos dele havia muito tempo: que o
ex-presidente é um vândalo das instituições democráticas, pelas quais sempre
demonstrou um verdadeiro desprezo. Repetimos os órgãos do governo, para Lula,
precisam estar ao seu serviço, ou a serviço do partido. É por isso que Lula
cobra o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, sobre a atuação da Receita
Federal. É por isso que o ex-presidente cita o novo ministro da Justiça,
Eugênio Aragão, em duas conversas: a Vannuchi, Lula diz que Aragão “deveria
cumprir um papel de homem, porque o Aragão parece nosso amigo, mas tá sempre
dizendo ‘olha; e, ao ex-ministro Gilberto Carvalho, Lula diz esperar que Aragão
“tenha pulso”, ou seja, tenha a força que José Eduardo Cardozo não teve para
colocar um cabresto na Polícia Federal. É por desprezo às instituições que Lula
diz ao deputado petista Wadih Damous que os integrantes da força-tarefa da Lava
Jato “têm que ter medo”. É por achar que até a Presidência da República existe
para lhe servir que Lula pede a Wagner que fale com Dilma, para que intervenha
em seu favor junto à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. Ao
advogado e ex-deputado Sigmaringa Seixas, Lula reclama da “formalidade” do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e solta uma frase reveladora:
“Ele recusou quatro pedidos de investigação do Aécio e aceitou a primeira de um
bandido do Acre contra mim. Essa é a gratidão dele por ele ser procurador”. É
assim que um ex-presidente da República enxerga as indicações que faz para
cargos-chave do país: uma troca de favores em que o nomeado passa a dever
gratidão eterna, e não a escolha da pessoa mais capaz para exercer determinada
função em prol do país. No fim, não houve instituição com a qual Lula não tenha
se indisposto graças à divulgação das conversas, e agora o ex-presidente tenta
consertar o estrago com sua carta aberta cheia de afagos. Nela, Lula afirma que
sabe, “como todo ser humano, distinguir o certo do errado; o justo do injusto”.
Se efetivamente é assim, por que a opção contumaz de Lula pelo errado e pelo
injusto? É sacanagem e de “mau caráter”por natural, em todos os sentidos.
Antônio
Scarcela Jorge.
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