domingo, 1 de novembro de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO, 01 DE NOVEMBRO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

O MALIGNO DO PAÍS.

Nobres:
A corrupção é um instrumento dos políticos em sua evidência que utilizam de seus recursos para influenciar as políticas públicas em seu favor, permitindo também a apropriação privada dos recursos públicos e a reafirmação e o aprofundamento das desigualdades. é constitutiva mesmo do nosso modelo precário de democracia. Sem corrupção não há privilégio. Neste “estágio” que a população brasileira em comum com perplexidade. E fica a pergunta: mas se no governo Lula nunca os banqueiros ganharam tanto; no governo Dilma nunca as grandes empresas tiveram tamanho apoio, seja por meio dos financiamentos do BNDES ou de políticas de isenção tributária; se nos últimos anos os grandes meios de comunicação tiveram o maior volume de verbas de propaganda do governo federal. Enfrentar a corrupção é também enfrentar o domínio da máquina pública em todos os níveis de governo, orquestradas pelos corruptos plenamente identificados, alguns presos e condenados. Para fazer tudo isso é preciso desmontar os atuais mecanismos que asseguram o poder aos corruptos. Já não há mais dúvida de que os brasileiros estão desafiados a enfrentar uma crise econômica sem precedentes e sem data a se firmar, representada pela recessão, pela volta da inflação alta, pelo aumento do desemprego e pelos conflitos sociais decorrentes da deterioração dos serviços básicos. Os indicadores econômicos expõem uma realidade da qual ninguém, do setor público aos cidadãos, passando por todas as atividades produtivas, estará imune. Instabilidades políticas potencializam uma crise que o governo subestimou, e veio contribuir para o agravamento de um cenário de paralisia de investimentos e de desconfiança generalizada com os próximos atos do Executivo. O Brasil, e não só o governo federal, defronta-se com o que não mais pode ser negado. Austeridade deixa de ser um jargão depreciado pelos próprios governantes para se transformar em necessidade real, a começar pelos municípios brasileiros, que em sua maioria nunca levaram à sério e continuam a promover farras com o erário. Mais vai chegar as portas da realidade, os gestores não suportarão e é,  chegada a hora de serem alijados de seus cargos. Os cegos não vêem que num passado recente, foram presos, confiar no governo inerte, é a desgraça deles.  Os mais racionais se cuidam. Na realidade, comunidades que durante décadas adiaram soluções administrativas, imitando o que há de pior do governo central, terão de se submeter ao arrocho e racionalizar seus orçamentos. Há dados concretos sobre o descontrole dos municípios. Estatísticas e Tribunais estão advertindo, por enquanto, não chegar a hora estratégica de agir. A grande maioria tem deficiências graves de gestão, e o retrato das dificuldades é o mesmo “efeito dominó” que agora, enfrentado pelos Estados. Mas a crise apenas denuncia insuficiências que vinham sendo encobertas por um longo período de prosperidade. Infelizmente, planos de investimentos, sempre acompanhados do jeitinho das licitações escusas terão de ser adiadas.
Antonio Scarcela Jorge.

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