A candidata do PSB voltou a prometer ontem a continuidade do Bolsa
Família caso seja eleita presidente.
São Paulo. Apesar da
tendência de queda registrada nas últimas pesquisas de intenção de voto, a
candidata do PSB à Presidência Marina Silva afirmou ontem que será uma das
vencedoras nas eleições de domingo (5).
"Nós estamos no segundo
turno", disse a ex-ministra em visita a Paraisópolis, uma das favelas mais
populosas de São Paulo.

A candidatura pessebista não vai
mudar sua estratégia nos cinco dias finais da campanha ao primeiro turno,
segundo Marina. "Vamos continuar discutindo o País", disse a
candidata, que voltou ao mesmo lugar onde esteve Eduardo Campos, algumas semanas
antes de morrer em um acidente aéreo em agosto.

No discurso aos moradores de
Paraisópolis, Marina afirmou que vai continuar o programa Bolsa Família e,
também, vai criar o passe livre para os estudantes poderem ir e voltar da
escola. A candidata do PSB ainda lembrou de sua infância pobre entre os seringais
do Acre e da alfabetização, que veio apenas aos 16 anos.
Alfinetada
em Dilma
A candidata ganhou o público que
a assistia ao falar de suas propostas para a saúde. "Tive minha primeira
filha em um hospital público. Não tinha plano de saúde e sei bem o que é
isso". O parto foi complicado e, de acordo com Marina, ela correu risco de
morrer.
"Assumo o compromisso de
construir o hospital que ainda não tem aqui", afirmou a candidata, que
aproveitou para alfinetar a presidente Dilma. Segundo membros da comunidade, a
então candidata petista, na campanha passada ao Palácio do Planalto, também
esteve em Paraisópolis e prometeu a construção do hospital, que, até hoje, não
saiu do chão. Existe apenas o terreno disponível para a obra.
Ao lado de Beto Albuquerque, candidato
a vice na chapa do PSB, Marina ainda rebateu críticas de Dilma, que afirmou na
terça, que a candidata tinha um "desvio de caráter" por mentir sobre
a votação da CPMF. "Falta de caráter é vir numa comunidade como essa,
prometer um hospital, e não cumprir depois de quatro anos. Isso sim é
mentira".
A campanha de Dilma também acusou
Marina de andar com "gente da ditadura", em referência ao apoio da
ex-ministra ao candidato ao Senado em Santa Catarina Paulo Bornhausen - filho
de Jorge Bornhausen, que foi da Arena. A propaganda também usa imagem de
Heráclito Fortes, hoje candidato a deputado federal no Piauí, mas que foi do
PFL e que agora "marinou".
"As companhias que a
presidente tem, com (Fernando) Collor, (José) Sarney, (Paulo) Maluf, Renan
Calheiros, Jader Barbalho, essa sim é a verdadeira contradição, a contradição
mais profunda que nós podemos encontrar na trajetória de pessoas que deveriam
estar honrando essa trajetória", rebateu.
Fonte: Reuters.
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