A candidata do PSB voltou a prometer ontem a continuidade do Bolsa
Família caso seja eleita presidente.
São Paulo. Apesar da
tendência de queda registrada nas últimas pesquisas de intenção de voto, a
candidata do PSB à Presidência Marina Silva afirmou ontem que será uma das
vencedoras nas eleições de domingo (5).
"Nós estamos no segundo
turno", disse a ex-ministra em visita a Paraisópolis, uma das favelas mais
populosas de São Paulo.
Segundo pesquisa Datafolha
divulgada na terça-feira (30), Dilma Rousseff (PT) tem 40% das intenções de
voto. Seguida por Marina, com 25%, e Aécio Neves (PSDB), 20%. Nunca, a
diferença entre o segundo e o terceiro colocado esteve tão apertada. A
diferença entre Aécio e a ex-senadora, que já foi de 20 pontos, caiu para 5.
A candidatura pessebista não vai
mudar sua estratégia nos cinco dias finais da campanha ao primeiro turno,
segundo Marina. "Vamos continuar discutindo o País", disse a
candidata, que voltou ao mesmo lugar onde esteve Eduardo Campos, algumas semanas
antes de morrer em um acidente aéreo em agosto.
"Nós apresentamos a nossa
proposta, enquanto a presidente Dilma não apresentou. E, o governador Aécio fez
isso a poucos dias da eleição, quando não há mais tempo para discutir o
programa", afirmou.
No discurso aos moradores de
Paraisópolis, Marina afirmou que vai continuar o programa Bolsa Família e,
também, vai criar o passe livre para os estudantes poderem ir e voltar da
escola. A candidata do PSB ainda lembrou de sua infância pobre entre os seringais
do Acre e da alfabetização, que veio apenas aos 16 anos.
Alfinetada
em Dilma
A candidata ganhou o público que
a assistia ao falar de suas propostas para a saúde. "Tive minha primeira
filha em um hospital público. Não tinha plano de saúde e sei bem o que é
isso". O parto foi complicado e, de acordo com Marina, ela correu risco de
morrer.
"Assumo o compromisso de
construir o hospital que ainda não tem aqui", afirmou a candidata, que
aproveitou para alfinetar a presidente Dilma. Segundo membros da comunidade, a
então candidata petista, na campanha passada ao Palácio do Planalto, também
esteve em Paraisópolis e prometeu a construção do hospital, que, até hoje, não
saiu do chão. Existe apenas o terreno disponível para a obra.
Ao lado de Beto Albuquerque, candidato
a vice na chapa do PSB, Marina ainda rebateu críticas de Dilma, que afirmou na
terça, que a candidata tinha um "desvio de caráter" por mentir sobre
a votação da CPMF. "Falta de caráter é vir numa comunidade como essa,
prometer um hospital, e não cumprir depois de quatro anos. Isso sim é
mentira".
A campanha de Dilma também acusou
Marina de andar com "gente da ditadura", em referência ao apoio da
ex-ministra ao candidato ao Senado em Santa Catarina Paulo Bornhausen - filho
de Jorge Bornhausen, que foi da Arena. A propaganda também usa imagem de
Heráclito Fortes, hoje candidato a deputado federal no Piauí, mas que foi do
PFL e que agora "marinou".
"As companhias que a
presidente tem, com (Fernando) Collor, (José) Sarney, (Paulo) Maluf, Renan
Calheiros, Jader Barbalho, essa sim é a verdadeira contradição, a contradição
mais profunda que nós podemos encontrar na trajetória de pessoas que deveriam
estar honrando essa trajetória", rebateu.
Fonte: Reuters.
Nenhum comentário:
Postar um comentário