COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
CONCLAMAMOS POR UM DEBATE ÉTICO.
Nobres:
Decidido no pleito eleitoral de
ontem, os candidatos que disputarão o segundo turno da eleição presidencial
Dilma Rousseff e Aécio Neves e em alguns governos estaduais, entre os quais o nosso
Estado do Ceará, os eleitores brasileiros terão três semanas para optar entre a
continuidade e a alternância, na maioria dos casos, mas principalmente entre
aqueles que efetivamente têm projetos para a população e não apenas para a
conquista do poder. Para que a disputa polarizada seja mesmo outra eleição,
como gostam de dizer os próprios políticos, é essencial que os pretendentes aos
cargos mais importantes da República envolvam-se num debate construtivo,
aprofundem suas propostas e ofereçam à população soluções claras para os
problemas nacionais. Foi sábia a decisão dos constituintes de 1988 ao
contemplar o instituto do segundo turno na Carta Maior. O mecanismo evita que
um governante assuma o posto com apoio escasso do eleitorado, ao mesmo tempo em
que estimula os cidadãos a acompanhar mais atentamente os debates e as propagandas
para se posicionar. São razões suficientes para que os escolhidos na votação de
ontem deixem em segundo plano os ataques pessoais e a estratégia da
desconstrução para se concentrarem mais em questões da vida real, a começar
pelas ameaças de turbulência na economia. O país precisa manter a estabilidade,
precisa crescer, precisa manter o nível de emprego. E as pessoas querem saber o
que os candidatos farão efetivamente para garantir o crescimento econômico.
Mais do que isso: agora, sem a desculpa da falta de tempo, eles têm o dever de
explicitar os meios e recursos que pretendem utilizar para alcançar seus
propósitos. Ninguém ignora que o país precisará de remédios amargos para sair
da estagnação. Então, nesta disputa de segundo turno, os candidatos não poderão
mais olhar apenas para o passado. Chegou a hora de encarar o presente e
projetar o futuro sem subterfúgios. E este desafio se torna maior ainda com as
mudanças na composição do parlamento, cujo apoio terá que ser conquistado ou
reconquistado pelo futuro governante. Também por isso o debate deste segundo
turno tem que se focalizar no país real. O candidato que quiser contar com a
preferência e o apoio da maioria dos brasileiros já deve começar a governar
agora, apresentando propostas persuasivas e factíveis para melhorar o país e
não apenas para conquistar o poder. Esperamos que as propostas sejam efetivadas
neste 2º turno, as quais deixaram de ser debatidas em função das disputas que
decorreram sem consistência, baixarias e retaliações de forma recíprocas que
deixaram o rastro da indecência ao longo do 1º turno.
Antônio Scarcela Jorge.
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