sábado, 4 de outubro de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SÁBADO - 4 DE OUTUBRO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge

PROPAGANDA ELEITORAL; COMO TUDO NO BRASIL REQUER REVISÃO.

Depois da extenuante e densa “aparição” no radio e na TV, os brasileiros receberam uma espécie de trégua do chamado horário eleitoral obrigatório, que recomeça na próxima semana para as disputas de segundo turno. Pesquisas especializadas pelas instituições de opinião pública, indicaram  que entre 60% da população brasileira considera desnecessária a propaganda compulsória nos meios de comunicação eletrônicos, especialmente por privá-la da escolha de programas em tevê aberta. Os defensores da obrigatoriedade, porém, alegam que esta é a única maneira de acesso massivo aos candidatos e a suas propostas. Algumas questões precisam ser mais bem resolvidas em relação a esse assunto. Em primeiro lugar, a atual legislação permite deformações como as alianças de ocasião e a comercialização do espaço na TV por partidos pouco representativos. Isso gera desproporções e injustiças na repartição do tempo, invariavelmente garantindo privilégios aos partidos que ocupam o poder e que possuem maior poder de barganha para atrair aliados. Além disso, raramente a propaganda obrigatória é utilizada por partidos e candidatos para oferecer informações úteis e verdadeiras aos eleitores. O que prevalece é a auto louvação, a apresentação parcial de realizações, os ataques a adversários e até mesmo algumas bizarrices próprias de alguns candidatos, como palhaços, quando normatizaram o cenário bem parecido entre disputas eleitorais. Se na maioria dos casos a propaganda eleitoral representa um contratempo para o público, o mesmo acontece com os veículos de comunicação, que se veem obrigados a alterar suas grades de programação, perdem audiência e recebem ressarcimento insuficiente na forma de renúncia fiscal, para compensar o que deixam de ganhar com a venda de espaço publicitário. Trata-se, portanto, de um aspecto do atual sistema eleitoral que precisa ser revisado no âmbito da desejada reforma política. Se o horário eleitoral obrigatório não oferece ao eleitor as vantagens apregoadas por seus idealizadores e ainda implica prejuízos para todos os atores envolvidos, deve, no mínimo, ser aperfeiçoado para as futuras disputas eleitorais, onde esperamos vivenciar o contemplado de ações políticas visando reformar o País.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário