COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
EVOLUÇÃO ÉTICA.
Nobres:
Com a linhagem
aparente do tradicional corporativismo adjeto integrante da péssima cultura de
segmentos integrados pelos poderes constituídos do país em sua essência, se
isenta de lado em função do julgamento do mensalão, de grau otimizado e
meritório por ação que a classe política começa intender que a lei também se
aplica aos poderosos. “A farra felizmente chegou ao fim”. Eis o ponto: a
absolvição por quadrilha não apaga, em nada, o cipoal de crimes cometidos
contra a nação. No resumo da ópera, ao invés de corruptos quadrilheiros, temos
corruptos por coautoria. Serão, assim, os corruptos agora mais nobres? - Ora, o ponto alto de todo o enredo criminoso é que a classe política não vive
mais no reino da impunidade desavergonhada. Através do exercício jurisdicional
sério, digno e valoroso da colenda Suprema Corte, o Brasil caminha para um
patamar de melhores níveis de decência pública. A punição de políticos
corruptos, dentro de uma pauta de devido processo legal e ampla defesa,
configura um avanço institucional importante para um país que quer e deseja ser
honesto. No entanto, a construção jurídica de uma sociedade moralmente mais
elevada é limitada aos preceitos da lei. Ou seja, o juiz, por melhores que
sejam suas intenções, pode levar seu talento e espírito de justiça até as
fronteiras da legalidade; a partir daí, as mudanças sociais precisam da
política bem exercida. Em outras palavras, a área jurídica é apenas um espaço do universo político.
Nas suas zonas de intersecções constitucionais, pode o Supremo agir
pontualmente no aperfeiçoamento, correção e fiscalização de eventuais
transgressões das regras do jogo democrático. Aqui chegando, o dever público
passa a ser do cidadão, que, através da prática diária da virtude, impulsiona
os imperativos de decência e honradez a todos os campos da vida civil, vindo a
culminar, ao final, com melhores hábitos e mais altos postulantes ao exercício
digno da função pública. Enfim, sem bons, justos e ativos cidadãos a democracia
fica à mercê dos corruptos. O mensalão é, portanto, a prova provada de que o poder democrático pode ser usado
por criminosos, legitimamente investido em cargos políticos. Talvez aqui esteja
a maior lição desse triste caso penal: quando nos distanciamos dos deveres da
cidadania, a política vira uma farsa em favor de parasitas do poder. Sem
cortinas, o Brasil esteve muito perto de se consorciar ao crime. E, quando a
política fica criminosa, ser honesto passa a ser um risco de vida. O caso está
encerrado. Os corruptos estão na cadeia. É hora de elevarmos a democracia
brasileira; é hora de falarmos verdades sem farsas; é hora do encontro da nação
com seus autênticos bons cidadãos. É a nossa hora neste atual momento histórico
do Brasil! Em quem, então, você votará nas eleições de outubro? É uma pergunta
que fazemos em nossa relação de responsabilidade em colocar o Brasil nos trilhos
da ética e da honestidade. – insistimos em dizer!
Antônio Scarcela
Jorge.
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