Ao julgar recursos, maioria
entendeu que não houve formação de quadrilha.
Seis ministros votaram pela absolvição, contra cinco.
Seis ministros votaram pela absolvição, contra cinco.
O Supremo Tribunal Federal
absolveu nesta quinta-feira (27) o ex-ministro José
Dirceu e mais sete réus do mensalão do PT do crime de formação de quadrilha. A sessão durou duas horas e por seis
votos a cinco oito condenados foram absolvidos. Ontem, quando a sessão foi
suspensa, o placar estava quatro a um pela absolvição.
A sessão foi retomada com o voto
do ministro Teori Zavascki, que não
participou da primeira fase do julgamento. O ministro citou decisões dos
séculos XIX, XX e XXI do Supremo Tribunal Federal. Disse que, no caso do mensalão do PT, o crime de formação de quadrilha
já prescreveu, e que as penas fixadas no julgamento foram exageradas. Para o
ministro, os condenados não formaram uma quadrilha. Foram apenas coautores dos
crimes.
“É difícil afirmar, por exemplo,
que José Dirceu de Oliveira e Silva, ministro-chefe da Casa Civil, ou José
Genoino Neto, dirigente partidário,
tivessem se unido a outros agentes com objetivo e interesse comum de praticar
crimes contra o sistema financeiro nacional ou de lavagem de dinheiro”, disse
Zavascki.
A ministra Rosa Weber
reafirmou que houve coautoria nos crimes e absolveu os réus da pena por
formação de quadrilha. “Reafirmo mais uma vez não identificar à luz dos fatos e
provas dos autos o dolo de criar ou participar de uma associação criminosa, autônoma,
com vista prática de crimes indeterminados”.Com o voto de Rosa Weber o julgamento ficou em seis a um, ou seja, atingiu a maioria a favor dos condenados. Além dos dois ministros, votaram contra o entendimento de que houve a formação de quadrilha, na sessão de ontem, os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, todos contrários ao voto do relator dos recursos, ministro Luiz Fux.
Além do relator, ministro Luiz
Fux, votaram a favor da tese de que
houve formação de quadrilha os ministros Gilmar
Mendes, Marco
Aurélio Mello, Celso
de Mello e Joaquim Barbosa. Esse
resultado provocou reações no plenário. O presidente do STF disse que hoje é
uma tarde triste para o Supremo, já que uma decisão sólida e bem fundamentada
do Tribunal foi derrubada por argumentos pífios.
Esse resultado beneficia
principalmente o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio
Soares, que vão continuar cumprindo as
penas em regime semiaberto, escapando da condenação do regime fechado. Os
outros seis condenados também terão suas penas reduzidas, mas não serão
beneficiados pela mudança de regime.
O resultado deste julgamento de
hoje não muda nada em relação às outras condenações, pelas quais esses oito
condenados já estão cumprindo as penas. O Supremo volta a se reunir à tarde
para julgar os recursos de três condenados pelo crime de lavagem de dinheiro.
Fonte: Agência Brasil.
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