Política
Sol e chuva
Sol e chuva
Neste país colossal, as coisas
funcionam assim: se chove, não há guarda-chuva e as águas arrebentam tudo; se
faz seca, a acauã começa a destilar seu canto triste e agourento. Os governos
do passado e do presente se apresentam às duas situações, empurrando-as com a
barriga. Tudo se transforma em seguidas e inúteis reuniões, porque os problemas
são os mesmos e cada vez mais desastrados. A incompetência bate, de longe, as
medidas de prevenção para saber o que fazer, caso a caso, e provocam debates
ridículos, com bilhões aplicados em soluções que não solucionam nada.
Só quem
sai ganhando são os seculares senhores da indústria da seca ou da chuva
excessiva. Os governantes vão e vêm, e tudo começa de novo, em crescentes
tragédias, ou porque pobre não sabe rezar ou porque só se lembra de Deus na
hora da dor. Oh, meu Deus, tende piedade. Lembro um baião, "Súplica
cearense", de Gordurinha e Luiz Gonzaga, gravado em 1960 (há 54 anos):
"Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno / desculpe eu pedi foi
para acabar com o inferno / que sempre queimou o meu Ceará". Se depender
de nossos governantes, SATANÁS VAI MORRER DE RIR...
Regina Marshall.
Jornalista.
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