A comemoração de 34 anos de
fundação do PT nesta segunda-feira foi palco para duros discursos contra a
oposição, e a presidente Dilma Rousseff classificou de mentirosos aqueles que
apontam o fim do ciclo do partido no comando do país.
"Quero voltar aos que dizem
que Brasil não tem futuro e que nosso modelo se esgotou. Quero voltar aos que
apontam problemas conjunturais como falsa prova de esgotamento do modelo e que
nosso futuro está ameaçado", disse Dilma, sob aplausos, na festa realizada
em São Paulo.
"Tal afirmação é mais do que
uma mentira, é uma agressão ao bom senso e à autoestima dos brasileiros",
acrescentou.
Nas últimas semanas, os dois
principais adversários dela na disputa pela Presidência, o senador tucano Aécio
Neves (MG) e o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos,
têm elevado o tom das críticas ao governo, apontando falhas na gestão econômica
e política de Dilma.
Campos chegou a afirmar que o
pacto político do PT está "mofado".
"Eles têm... a cara de pau
de dizer que o ciclo do PT acabou, que o nosso modelo se esgotou, que nós demos
o que tínhamos de dar", afirmou a presidente, referindo-se ao programa de
televisão do PSB do ano passado.
Dilma reiterou as críticas aos
que chama de "pessimistas", que aproveitam desequilíbrios da
conjuntura internacional para dizer "que o fim do mundo chegou".
"O fim do mundo chegou, sim,
mas chegou para eles e isso faz muito tempo", atacou Dilma.
A presidente perdeu parte de sua
popularidade desde o início dos protestos em junho do ano passado, mas desde
então recuperou a aprovação e hoje lidera as pesquisas eleitorais, inclusive
com chances de vencer no primeiro turno.
Apesar disso, dentro do PT há
críticas pela sua falta de combatividade política em defesa do governo e do
modelo petista de gestão. Há integrantes do PT que temem, inclusive, que isso
dificulte sua reeleição e não mobilize o suficiente a ampla base aliada
construída desde 2010 e que dá sustentação ao governo no Congresso.
O evento do PT, além de comemorar
os 34 anos de fundação do partido, serviu para dar a arrancada extraoficial à
campanha de reeleição de Dilma e do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ao
governo de São Paulo.
"FARINHAS DO MESMO
SACO"
O tom duro do discurso de Dilma,
porém, ficou abaixo dos ataques do presidente do PT, Rui Falcão, aos
adversários. Para ele, os oponentes do partido promovem "verdadeiros atos
de terrorismo econômico".
Segundo Falcão, de um lado está
Dilma, olhando em frente em busca de soluções para os problemas do país, e do
outro, os opositores, que têm discursos parecidos e vazios.
"Do outro lado temos dois
grupos, que de tanto se enrolarem em suas mesmices parecem se enrolar naquilo
que realmente são, partes de um mesmo corpo, um corpo cujos os pés não obedecem
à cabeça. Que o faz caminhar de forma errática perdido em labirintos por eles
mesmo criados", disse ele, em referência a Campos e Aécio, que nos últimos
meses têm tentado alinhar estratégias eleitorais para tirar o favoritismo de
Dilma.
"Parecem farinhas do mesmo
saco", disse Falcão.
Nos próximos meses, seguindo
estratégia traçada pelo PT, de acordo com fontes do partido ouvidas pela
Reuters, Dilma deve evitar pelo menos até o período das convenções partidárias
eventos públicos como o desta segunda-feira.
A presidente deve se concentrar
nas ações do governo, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
assumirá a frente da campanha, pedindo votos e respondendo adversários, já que
não tem impedimentos eleitorais para essas ações.
Fonte: Reuters.
Nenhum comentário:
Postar um comentário