Em reunião
encerrada no final da tarde desta quarta-feira (5), na Câmara Federal, os 75
deputados do PMDB decidiram por unanimidade que o grupo não vai mais ocupar
ministérios da presidente Dilma Rousseff (PT). O partido tem as pastas de
Agricultura e Turismo, chefiadas por Antonio Andrade (MG) e Gastão Vieira (MA),
respectivamente. Ambos vão deixar os cargos para concorrer nas eleições de 2014
logo após o carnaval. A decisão dos parlamentares foi a de não indicar
substitutos oriundos da Câmara, o que torna o grupo “independente” em relação
ao governo federal. Na prática, se não houver uma mudança de cenário, a petista
perde o apoio de 75 integrantes no
“O PMDB da Câmara dos Deputados
não vai indicar substitutos”, resumiu o vice-líder do governo na Casa, Lúcio
Vieira Lima (PMDB-BA), em entrevista ao Bahia Notícias. O PMDB ocupa
atualmente, com indicados por senadores, os ministérios de Minas e Energia, com
Edison Lobão; Previdência Social, com Garibaldi Alves, e Aviação Civil, com
Moreira Franco. A sigla briga por um sexto cargo de primeiro escalão e, além
disso, os deputados não aceitam uma divisão que não seja igual entre indicados
por senadores e oriundos da Câmara. “A razão desta decisão deve se a disputas
políticas públicas por cargos, em que preferimos deixar a presidenta à vontade
para contemplar outros partidos em função das suas conveniências políticas e/ou
eleitorais”, diz a nota oficial da legenda, redigida à tarde, que será enviada
a Dilma. A decisão não passou pelo crivo dos demais colegas de Congresso.
"Se o Senado quiser indica", completou Lúcio.
- Assim
que os dois peemedebistas, escolhidos por deputados, deixarem as pastas de
Agricultura e Turismo, a bancada passa, em parte, a não ser obrigada a atender
aos desejos do governo. “Não tem compromisso de atender apelos como de quem tem
ministério. Significa um partido, em termos de Câmara, independente. O PMDB dá
uma demonstração clara de que não precisa de cargos para apoiar ninguém. Até
porque a reforma ministerial, como estava sendo conduzida, era apenas com viés
eleitoral. De maneira pública e escancarada”, bradou o deputado baiano, que
acusou Dilma de mensurar quesitos como tempo de TV das legendas para dar
ministérios. No entanto, a nota da sigla não sinaliza o fim do apoio. “Reitera
a disposição de manutenção de apoio ao governo, independentemente da ocupação
de qualquer cargo, em função da responsabilidade que temos para com o país,
principalmente em relação ao desempenho da economia”, diz o comunicado. Com uma
convenção marcada para abril, quando o PMDB vai decidir oficialmente qual
caminho seguirá nas eleições de 2014, há uma pequena chance de racha com o PT
nacional, já que o vice-presidente da República é o comandante licenciado do
partido, Michel Temer. “A saída dos ministérios sinaliza que pode haver
problemas, que o PMDB está insatisfeito pelo menos bancada da Câmara e que pode
haver problemas na aliança, até de não
marchar com PT.
Vai depender dos
desdobramentos”, finalizou Lúcio. Um possível rompimento da aliança entre Dilma
e Temer é difícil, até porque os deputados representam apenas 30% de todo o
colegiado que vai definir a situação da legenda na convenção. O restante é
formado por senadores, governadores, prefeitos, deputados estaduais, vereadores
e lideranças regionais.
Fonte:
Folhapress.
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