Ele ainda
reclamou da falta de transparência no sistema de arrecadações e diz que todos
os dados devem ser analisados pelo Ministério Público.
Brasília.
Após receber um ofício do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) cobrando
explicações sobre as suspeitas levantadas contra as doações para petistas
condenados no processo do mensalão, o ministro Gilmar Mendes enviou uma carta
ao parlamentar e sugeriu a realização de uma vaquinha para ressarcir "pelo
menos parte dos R$ 100 milhões subtraídos dos cofres públicos". No documento,
Mendes diz ter certeza que Suplicy "liderará o ressarcimento ao
erário" e comenta que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que conseguiu
num único dia arrecadar R$ 600 mil, poderá emprestar sua "expertise"
para colaborar na recuperação do dinheiro desviado pelo mensalão.
"Não sou contrário à
solidariedade a apenados. Ao contrário, tenho a certeza que Vossa Excelência
liderará o ressarcimento ao erário público das vultosas cifras desviadas. Quem
sabe o ex-tesoureiro Delúbio Soares com a competência arrecadatória que
demonstrou - R$ 600 mil num único dia, verdadeiro e inédito prodígio! - possa
emprestar tal expertise", diz trecho da carta.
Multas
Na carta, o ministro destacou
trecho do artigo 5º da Constituição dizendo que "nenhuma pena passará da
pessoa do condenado". Para ele, assim como a pena de prisão, a pena de
multa é intransferível e restrita ao condenado. Ou seja, tal como pessoas
solidárias aos condenados não podem passar alguns dias por eles na cadeia,
também não poderiam pagar as multas impostas pela Justiça.
Terrorismo de Estado
Em resposta, o presidente
nacional do PT, Rui Falcão, afirmou em discurso na noite de ontem em Belo
Horizonte que, se o Supremo Tribunal Federal (STF) agir como partido político
haverá no país o "terrorismo de Estado". Para ele, "a Corte não
é partido político, a Corte não é torcida organizada. Se ela começa a se
transformar nisso, pode vir até mesmo no Brasil outro tipo de terrorismo, o
terrorismo de Estado", disse Falcão.
Pizzolato.
Enquanto STF e PT polemizam, a
Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou dois representantes à Itália para
tratar do processo de extradição do ex-diretor do Banco Brasil Henrique Pizzolato,
outro condenado no processo do mensalão.
O governo italiano aguarda o
pedido brasileiro de extradição para decidir se permitirá que Pizzolato deixe o
país e cumpra pena de 12 anos e sete meses de prisão, definida na Ação Penal
470, o processo do mensalão.
Pizzolato tem dupla cidadania e,
pela legislação italiana, cidadãos nacionais não podem ser extraditados, mas
cabe ao governo tomar a decisão final sobre a questão. Ele foi preso na Itália
no último dia 5 de fevereiro, e ontem foi denunciado pela polícia de La Spezia
por três crimes: substituição de pessoa, falso testemunho a um oficial público
e falsidade ideológica.
Fonte: Folhapress.
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