BRASÍLIA - Integrantes da base
que formam o bloco de insatisfeitos na Câmara querem votar projeto que pode
fazer as distribuidoras de energia elétrica devolverem quantia bilionária a
consumidores, além de terem decidido nesta terça-feira apoiar requerimento da oposição
para investigar envolvimento da Petrobras em denúncias de propina envolvendo
uma empresa holandesa.
Formado por siglas aliadas da
presidente Dilma Rousseff --como PMDB, PP, PR, PROS, PDT, PSC e PTB, com o
intuito de pressionar o governo em votações e também com demandas dos
parlamentares, o grupo decidiu apoiar as duas propostas em almoço na casa do
líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), que também tem tomado a dianteira na direção
do grupo de insatisfeitos.
"Este grupo aqui decidiu o
seguinte: nós vamos dar apoio ao Eduardo (da Fonte, autor do projeto sobre as
distribuidoras de energia elétrica)", disse o líder do Pros, Givaldo
Carimbão (AL), ao deixar a reunião. "E vai ser votado. É mais do que
justo."
O projeto de decreto legislativo
que pode obrigar as distribuidoras de energia a ressarcirem pelo menos 7
bilhões de reais a consumidores estava pronto para ser votado na Câmara, mas em
meados deste mês o governo conseguiu acordo para adiar a votação.
A proposta refere-se a uma
suposta distorção nas contas de energia elétrica entre 2002 e 2009, que impedia
os consumidores de se beneficiarem dos ganhos de escala obtidos pelas empresas
e deixa o governo apreensivo num momento em que as distribuidoras já estão
oneradas com o custo mais elevado da energia gerada pelas termelétricas.
O bloco informal tem apresentado
queixas sobre a articulação com o governo e a liberação de emendas
parlamentares, principalmente as remanescentes do ano passado.
O clima também sofre os sintomas
da proximidade do período eleitoral, além das mudanças ministeriais que Dilma
tem promovido para acomodar a base. A pauta trancada na Casa desde o ano
passado também tem irritado os parlamentares.
Um dos projetos que, justamente
por tramitar sob o regime de urgência, impede a apreciação de outras propostas
na Casa, é o Marco Civil da Internet.
Prioritário para o governo após
denúncias de espionagem por parte de agência de inteligência norte-americana,
não conta com a concordância da segunda maior bancada da Câmara, o PMDB. Mais
cedo, o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que o
governo não pretende, por ora, suspender a urgência do projeto.
Fonte:
Reuters.
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