COLUNA
Idéias
25.02.2014.
Incentivo
ao vício
A propaganda de cervejas,
veiculada pela mídia televisiva, serve aos interesses destrutivos, pois o
alcoolismo é hoje, ao lado do consumo das drogas, um dos mais graves problemas
a afligir a família. E os protagonistas das publicidades requintadas, mediante
o concurso de belas mulheres seminuas, são artistas de projeção, e até
políticos com mandato. Pouco lhes importa os malefícios difundidos, as
consequências na formação dos jovens, pois os altos cachês inibem o senso de
responsabilidade. E depois das fanfarras e da beleza plástica realçada pelos
padrões da moderna técnica publicitária, ouve-se aquela advertência cínica e
despropositada "beba com moderação".
Houve tempo da propaganda de
cigarros com belos quadros de caubóis, ou em carros suntuosos, a qual foi
banida depois de exaustiva campanha sobre os efeitos devastadores do cigarro.
Hoje é proibido fumar em lugares públicos e cessou a apologia do consumo.
Restou a propaganda da cerveja, apresentada como inofensiva e motivadora de
sadias alegrias. Os fatos desmentem a assertiva, pois o consumo pelos jovens
não conhece freios, basta percorrer as praças de alimentação dos shoppings,
onde "torres" de cerveja enfeitam tristemente as mesas. Se as
fábricas lucram, se as empresas publicitárias engordam suas contas, se os
cachês são fabulosos, o País só perde, pois verá aumentar o número das vítimas
do alcoolismo, os gastos com saúde e previdência, as faltas ao trabalho e a
elevação dos índices de morte, tendo como causa o consumo de cerveja. E a
morte, galhofeira, repetirá num riso sarcástico, o refrão: beba com moderação.
Eduardo Fontes
Jornalista e administrador.
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