Luís Roberto Barroso votou para
absolver Dirceu e mais 7 na quadrilha. Após voto, que pode levar a reversão das
condenações, Barbosa se irritou.

O ministro Luiz
Fux votou por manter as condenações. Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli adiantaram o voto e
acompanharam Barroso - os três haviam sido favoráveis à absolvição dos oito
condenados pelo crime de formação de quadrilha no julgamento principal.
Ao votar, Barroso entendeu que as
penas fixadas para os condenados foram elevadas. Para o ministro, se a punição
ficasse no patamar correto, haveria prescrição do crime e os réus não poderiam
mais ser punidos. Diante disso, decidiu aceitar os recursos e admitir que os
oito fiquem livres do delito.
"Considero, com todas as
vênias de quem pensa diferentemente, que houve uma exacerbação nas penas
aplicadas de quadrilha ou bando", afirmou Barroso.
O ministro entendeu que a pena
fixada para o crime de formação de quadrilha (cuja punição varia de 1 a 8 anos
de prisão), foi mais elevada proporcionalmente do que a estipulada para
corrupção ativa (de 2 anos a 12 anos).
Joaquim Barbosa, que foi o
relator do processo do mensalão e teve o voto condutor que fixou as penas no
julgamento principal, criticou, então, o colega.
"Leniência é o que está se
encaminhando com a contribuição de vossa excelência. É discurso político e
contribui para aquilo que se quer combater. É simples dizer que o sistema
político é corrupto, que a corrupção está na base das instituições. E, quando
se tem a oportunidade de usar o sistema jurídico para coibir essas nódoas,
parte para a consolidação daquilo que aponta como destoante."

"Já disse qual seria o
placar antes mesmo que o colegiado tivesse votado. A fórmula está pronta.
Indago se já a tinha pronta antes de chegar a este tribunal. Parece que sim. O
tribunal não deliberou no vácuo, não exerceu arbitrariedade. Os fatos são
graves, gravíssimos. De maneira que, trazer para o plenário do Supremo Tribunal
Federal um discurso político, me parece inapropriado."
Luís Roberto Barroso rebateu:
"O senhor pode ter a opinião que quiser". E Barbosa disse: "A
sua posição não é técnica, é política". Barroso, então, elogiou o
presidente do Supremo, que afirmou: "Não preciso do seu elogio,
ministro".
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