BRASÍLIA - O ministro da Saúde,
Arthur Chioro, informou na quarta-feira (5) que o governo brasileiro já iniciou
o processo de desligamento da cubana Ramona Matos Rodriguez do Programa Mais
Médicos.
A médica está abrigada na Câmara
dos Deputados desde que deixou seu posto de trabalho em Pacajá, no Pará.
"Recebemos hoje a notificação do município e agora estamos providenciando
o desligamento da profissional", disse Chioro.
O desligamento de Ramona do
programa vai possibilitar o pedido de refúgio no Brasil, conforme explicou o
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, horas antes.
"A partir da situação em que
o Ministério da Saúde vier a desenvolver um procedimento interno de afastamento
do programa, aí ela terá o visto de permanência cassado", destacou
Cardozo.
Sobre o pagamento que a médica
alegava receber por mês - US$ 400 (pouco mais de R$ 900) - Chioro foi enfático
e disse que a relação do governo brasileiro é com a Organização Pan-Americana
da Saúde (Opas). Segundo Chioro, o Brasil estava cumprindo sua parte.
"A cooperação do Brasil é
com a Opas e ela estabelece o processo de cooperação com o governo de Cuba. Nós
estamos muito tranquilos com a condução dessa questão", afirmou o
ministro.
Em nota, o DEM, partido que
abriga a médica cubana na sala de sua liderança, na Câmara dos Deputados,
informou que Ramona entraria ainda hoje com pedido de refúgio no Conselho
Nacional de Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça.
Até o momento, porém, o
Ministério da Justiça não confirmou o recebimento de tal pedido.
Mais cedo, o presidente do
Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto D'Ávila, manifestou apoio à médica
cubana. "O CFM parabeniza essa cubana pela coragem de denunciar que é
assim a situação de todos esses intercambistas cubanos", disse o
presidente do conselho. "Clamo às autoridades que protejam essa mulher.
Que ela seja asilada em outra embaixada porque corre o risco de ser
deportada", completou. O conselho e outras entidades médicas se
posicionaram contrários à contratação de profissionais estrangeiros para o Mais
Médicos, sem passar pela revalidação do diploma.
Fonte: Agência Ansa.
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