“TER SAUDADES DAS GUERRILHAS”
Dilma prorroga trabalhos da
comissão da verdade
A presidente Dilma Rousseff
decidiu nesta terça-feira (14) prorrogar até dezembro de 2014 os trabalhos da
Comissão Nacional da Verdade, que investiga crimes políticos cometidos por
agentes do Estado entre 1946 e 1988.
Instalado há um ano, que se
completa nesta quarta-feira (15), o grupo atuaria, a princípio, por dois anos e
encerraria sua pesquisa em maio do ano que vem. Em encontro no fim da tarde no
Palácio do Planalto com cinco dos seis membros da comissão, Dilma disse ter
recebido pedidos de entidades estudantis para prorrogar as investigações.
A presidente também demonstrou
satisfação com a nova etapa dos trabalhos do grupo, com o início dos
interrogatórios de militares envolvidos com a máquina da repressão. Ela disse
que se "impressionou" com o depoimento à comissão, na última
sexta-feira (10), do coronel reformado do Exército Carlos Alberto
Brilhante Ustra, que comandou um dos principais
centros de repressão política e tortura do País nos anos 1970, o DOI-CODI de
São Paulo. Os membros da comissão aproveitaram para mostrar a Dilma detalhes do
interrogatório de Ustra.
A avaliação da presidente é que a
"publicidade" dos depoimentos de agentes influentes como Ustra é
importante para o esclarecimento do que ocorreu nos porões da ditadura.
À comissão, Ustra, um torturador
reconhecido pela Justiça de São Paulo desde 2008, tentou reduzir o impacto das perguntas sobre as mortes e torturas que
lhe são atribuídas, muitas delas reconhecidas pelos tribunais, usando a
estratégia midiática de atacar a trajetória de Dilma em grupos guerrilheiros.
Não há registros de que Dilma
tenha sido investigada pelo torturador na época ou tenha ficado presa em
unidades chefiadas por ele.
Relatório
No encontro desta terça, os
integrantes da comissão anteciparam para a presidente, resultados de um levantamento
dos primeiros doze meses de trabalho, que será apresentado ao público no
próximo dia 21.
Atual coordenador do grupo, Paulo
Sérgio Pinheiro disse que "vai haver surpresa".
Vamos oferecer informações
concretas.
A comissão divulgará um
levantamento "quantitativo" e "qualitativo" com informações
obtidas por 14 grupos internos de trabalho.
Pinheiro avaliou que o novo prazo
da comissão permitirá ouvir um número maior de agentes da repressão e uma
análise da grande quantidade de documentos oficiais sobre o período militar
obtido pelo grupo. Ele ressaltou que a comissão irá manter o esforço
investigativo atual, como se não tivesse à disposição mais seis meses.
Pinheiro observou que na
Argentina a comissão montada para
investigar crimes da ditadura ocorrida entre 1976 e 1983 durou nove meses. Ele próprio chegou a sugerir um ano de trabalho.
FONTE:
O Estadão.
Opinião:
- É um
contrassenso de o governo atual promover ações políticas parciais neste
sentido, há de convir que em pleno período do governo militar foi instituída a
Lei da Anistia – “ampla geral, e irrestrita”, possibilitando “o perdão” de ex-terroristas
que retornaram o país e até hoje gozam de imunidade parlamentar de sentido
“amplo” para expressar liberdades, até para roubar.
*O comentarista.
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