COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
Contrafação e ousadia
Nobres:
Neste momento em que se realizam inúmeras
operações e investigações da Polícia e do Ministério Público, denotam não
apenas o aumento necessário e saudável da eficiência desses órgãos, como também
um problema muito comum entre gestores públicos e privados: a ausência de
políticas adequadas de gestão de risco embaraçoso. “Promover” a capacidade das
instituições e as empresas cumprirem e fazerem cumprir as leis e as normas,
seja na esfera privada, seja na esfera pública. Em ambientes extremamente
regulados, como a gestão pública, a gestão de instituições financeiras, de
empresas farmacêuticas, alimentícias, na área da saúde, na esfera ambiental,
impõe-se não apenas um trabalho permanente para estabelecer uma cultura de
ética e como também políticas e estruturas permanentes e independentes com a
capacidade de detectar riscos e atos que violem ou possam violar padrões éticos
e normas legais (como lavagem de dinheiro e corrupção). É justamente a ausência
de políticas e estruturas adequadas o que acaba por gerar, posteriormente,
investigações e processos criminais. É a fragilidade de controle interno de
empresas e órgãos públicos, bem como a debilidade ou inexistência de
implementação de mecanismos permanentes de monitoramento do risco que acabam
por prejudicar gestores de empresas e de instituições públicas. Como detectar,
previamente, a existência de atos que estão se afastando da normalidade,
descumprindo padrões de conduta e comportamento, se empresas e governos, muitas
vezes, não possuem políticas de ética essencialmente amoldada. Continuando
neste modo, tudo acabará na esfera criminal, com processos duros e lentos,
enquanto a reputação esvanecer-se velozmente.
Antônio Scarcela Jorge
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