EMENDA QUE
LIMITA DECISÕES DO SUPREMO É ENGAVETADA
A emenda constitucional que tira poderes do Supremo
Tribunal Federal vai ficar na "gaveta". Ela ocupará o último.
A emenda constitucional que tira
poderes do Supremo Tribunal Federal vai ficar na "gaveta". Ela
ocupará o último lugar numa fila de 108 propostas de emendas constitucionais
que já foram admitidas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda
a criação de uma comissão especial pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), para que possam tramitar. Outras sete emendas constitucionais
já têm comissão especial, necessária para votar o texto que vai ser enviado aos
plenários da Câmara e do Senado.
A PEC 33, que interfere no
funcionamento do Supremo, submetendo atos da Corte ao Congresso - e que motivou
uma reação muito forte dos ministros do STF, como o presidente, Joaquim
Barbosa, que viu na iniciativa uma forma de desmoralizar a democracia -, foi
apresentada pelo deputado petista Nazareno Fonteles (PI) e aprovada de forma
simbólica pela Comissão de Constituição e Justiça numa votação que durou
exatamente 38 segundos.
Ministros do STF tratam
reservadamente a PEC como uma retaliação do PT à Corte por causa das
condenações de petistas no processo do mensalão. A proposta de emenda
constitucional condiciona o efeito vinculante de súmulas aprovadas pelo STF ao
aval do Poder Legislativo e submete ao Congresso Nacional a decisão sobre a
inconstitucionalidade de leis.
Mesmo com a polêmica envolvendo a
emenda constitucional de Fonteles, o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS)
anunciou que apresentará outra proposta, agora proibindo que ministros do
Supremo concedam liminar que sustem a tramitação de qualquer tipo de projeto.
A decisão de deixar na
"geladeira" a PEC 33 foi tomada por Henrique Alves porque, como
presidente, ele não pode mais utilizar o regimento interno da Câmara para
sustar a proposta. Isso ocorre porque seu antecessor - justamente Marco Maia -
recebeu a emenda constitucional e a encaminhou à CCJ no dia 7 de junho de 2011.
Diz o regimento que o presidente da Câmara pode mandar para o arquivo toda a
proposta que for flagrantemente inconstitucional ou que contrariar a própria
Constituição por ferir cláusulas pétreas. É o caso dessa emenda, que interfere
na independência entre os Poderes. Como a própria presidência da Casa não fez
na época o filtro, Henrique Alves optou, quando assumiu, por deixar o tempo
passar.
As informações são do
jornal O Estado de São Paulo.
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