COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
ARRAS DA INFLAÇÃO
Nobres:
Muito presente se faz rogar “o
adágio popular” em que cada brasileiro é um técnico de futebol e que também
emite a expressão d firmar como “economista” de vez que se “calcula” o momento
de instabilidade presente na economia do país. Este questionamento vem sendo
causado pelas autoridades econômicas junto ao governo que está sendo
pressionado a errar, ao continuar uma política econômica baseada em ações
meramente pontuais, em vez de atacar as causas estruturais que são as
verdadeiras responsáveis pelo persistente quadro de baixo crescimento com
inflação perigosamente ascendente. Aumentar a taxa de juros, como o fez, não
inibirá o consumo, dada a abundância de crédito e a demanda aquecida, como
resultado do ingresso no mercado das classes C e D e da estabilidade do nível
de emprego, principalmente no setor de comércio e serviços. Ao mesmo tempo,
preços de produtos básicos, como os de determinados alimentos, são pressionados
para cima, não só pela ampliação do consumo, como também por fatores climáticos
adversos e pela demanda nos países emergentes, a começar pela China. O aumento
da taxa Selic só interessa aos agentes financeiros e aos especuladores que
financiam a rolagem da dívida interna. A solução imediata passa pelo uso
de instrumentos que inibam as vendas de automóveis e bens duráveis em 60, 70 ou
até 80 meses, às vezes sem entrada e, também, a “juro zero”, num verdadeiro “me
engana que eu gosto”. A médio e longo prazo e até de uma forma permanente
impõe-se o investimento em infraestrutura logística, na melhoria dos processos
produtivos e, na área agrícola, na pesquisa genética, para aumentar a oferta de
alimentos. Finalmente, não há como ignorar o peso da absurda carga tributária,
que só cresce para alimentar os gastos públicos e que, além disso, é ignorada
pelos críticos de nossos preços que, injustamente, e talvez até por
desconhecimento, não atentam para o peso dos impostos na formação de nossos
custos. Portanto, parem de acusar a indústria de ineficiente! Isso não vem o
caso, com a eminência premente da inflação as nossas portas, procurem atacar os
seus efeitos causadores desse “atormento”.
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário