COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
CONSEQUÊNCIAS DA SECA
‘Para
instar de uma linguagem simples’
Nobres:
Tornou-se deveras natural que
seca no interior cearense ainda não chegou ao fim, mas em muitas regiões choveu
bem. Isso, no entanto, não resolve totalmente os problemas da região que ficou
sob o flagelo, porque o prejuízo causado à população interiorana, aos
municípios e ao Estado do Ceará por ora é incalculável, mas, dentro em breve,
será possível se saber o tamanho do desastre. A população se empobreceu; os
municípios perderam receita; o comércio no interior pouco funcionou, sofrendo
prejuízos inestimáveis; e os bancos reconhecem que ficaram paralisados em função
da impossibilidade de realizar transações e empréstimos. Isso não significa,
ainda, que a seca chegou ao fim. O rastro do prejuízo ficou. Tão cedo o
interior cearense não se recuperará de um flagelo previsível, não somente aqui que
centraliza o semiárido regional, mas em todo nordeste. O grande problema agora
é o pós-seca que vai deixar um prejuízo imenso para a recuperação desses
municípios. Sabe-se que do rebanho o Estado perdeu nada menos até agora o
incalculável número de cabeças de gado sem se falar em outras criações que não
se tem, ainda, uma estimativa sobre o prejuízo. O problema agora é como repor o
rebanho dizimado pela falta de água e de alimentos para os animais. Dá-se o
seguinte: no ano passado, o flagelo da seca já estava instalado no semiárido.
Acontece que praticamente as primeiras chuvas neste ano estão ocorrendo com
densa intensidade neste inicio do mês de maio, com certa imprevisão e os
sertanejos já estão respirando aliviados porque elas chegaram, com relativo atraso,
mas a tempo e em pequena quantidade. Antes, o pasto estava estorricado nesta
região, mas, com as chuvas, novamente o pasto aparentemente ficou verde, e
parece se tornar viçoso. De janeiro a abril período normal que qualificamos de “bom
inverno”, a chuva praticamente não apareceu e a seca retomou com o sol
incandescente destruindo plantações, matando rebanhos e secando aguadas. Os
açudes, também atingidos com a pouca reservas nas suas bacias e os pequenos e
os barreiros secaram. Com o presumível fim da seca, as sementes ressuscitam
apenas uma vez. A situação se agrava com a ausência de crédito para os
criadores. O Banco do Nordeste é a única é a instituição financeira que banca o
crédito. O lamento é que o semiárido e todo o interior antes da seca que
perdura em dois anos consecutivos, chegou atravessar um período de esplendor
para os trabalhadores da roça, que tinham emprego, e para os criadores e
agricultores que atravessavam tempos de vacas gordas. Essa é a questão sem dúvida
alguma mais importante para a economia cearense, cuja industrialização é
minúscula e se concentra em Fortaleza e na região metropolitana em comparação
com a de outros estados federativos. O governo federal fica na obrigação de
encontrar uma fórmula, uma saída, para beneficiar o Estado, uma maneira de
garantir financiamento para a recuperação do flagelo, havendo pouca disposição
para minimizar os efeitos da seca. - Por outro lado “o Governo do Estado apenas
prioriza questões da Copa das Confederações como modelo de empreendimento
turístico de brevíssimo tempo e, a sucessão presidencial, onde procura meios de
dizer que está atento a se aliar com o presidente. - A seca é questão
contemplativa desconhecendo as consequências advindas para economia do Estado”.
– O governo do Estado tem além de tudo outro problema para se preocupar. O
semiárido cearense pode estar a caminho da desertificação e no sertão dos inhamuns
já aparece como área desertificada. Para que não aconteça, são necessárias medidas
urgentes, soluções técnica no sentido que possa instar outro problema de
gravíssima proporção, se a tempo, ainda tem solução.
Antônio Scarcela Jorge
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