TEMER TENTA CANCELAR RECESSO DO MEIO DO ANO PARA ACELERAR IMPEACHMENT.
Aliados do vice consideram a suspensão do recesso de julho condição indispensáveis para se aprovar algumas medidas.
Mesmo
antes da votação do afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado,
interlocutores do vice-presidente Michel Temer começaram a articular com
parlamentares a suspensão do recesso parlamentar do meio do ano.
O objetivo é
acelerar o julgamento final da petista pelo plenário e tentar votar o máximo do
pacote de medidas econômicas que deverá ser encaminhado pelo peemedebista ao
Congresso até o início da campanha eleitoral nos municípios, prevista para
começar em 16 de agosto.
A iniciativa de aliados de Temer poderia encurtar em
pelo menos 15 dias o prazo para o julgamento de Dilma, previsto inicialmente
para ocorrer em setembro.
Em caso de afastamento da presidente, que pode ser
aprovado em 11 de maio, o vice assume o comando interino do País por até 180
dias, período em que ela será julgada pelos senadores.
A ideia do grupo de Temer é acelerar esse processo de
forma a antecipar o prazo para que, em caso de afastamento definitivo de Dilma,
o vice seja confirmado como titular da cadeira presidencial.
Dessa forma, dizem
peemedebistas, a realização do recesso parlamentar ajuda Dilma a ganhar prazo,
porque a Comissão Especial do impeachment teria que suspender os trabalhos.
O
caminho para se suspender o recesso ainda não está fechado.
Procurado pelo Estado, o presidente do colegiado,
Raimundo Lira (PMDB-PB), disse que não foi requisitado para falar sobre o
assunto. “Não tenho nenhuma informação a esse respeito”, afirmou.
Aliados do vice também consideram que a suspensão do
recesso de julho é condição indispensável para se aprovar medidas que poderão
garantir a retomada do crescimento.
Projetos
de Temer.
Um dos projetos que os aliados de Temer querem aprovar
no Congresso para reanimar a economia é a convalidação dos incentivos fiscais
concedidos pelos Estados às empresas com o Imposto de Circulação de Mercadoria
e Serviços (ICMS).
Esses incentivos foram dados no passado para favorecer a
instalação de indústrias, mas foram considerados inconstitucionais pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
Outra
proposta é a que trata do uso do regime de concessão para a exploração da
camada do pré-sal.
A medida é polêmica por mudar o marco exploratório
inaugurado nas gestões petistas, o regime de partilha.
Essa discussão também
pode envolver a proposta do senador José Serra (PSDB-SP) que, embora mantenha o
regime de partilha, acaba com a obrigatoriedade de a Petrobrás participar de
todos os leilões de exploração do pré-sal.
Fonte: O Estadão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário