TEMER NEGA SER CANDIDATO E ADMITE IMPOPULARIDADE.
Presidente
interino nega que não haja mulheres na equipe e diz que Marcela ficará com área
social.
O presidente interino da República, Michel Temer,
afirmou em entrevista exibida neste domingo, pelo programa Fantástico, da TV
Globo, que não pretende ser candidato à reeleição em 2018, seja qual for o
desempenho no governo. Perguntado, primeiramente vacilou: “é uma pergunta
complicada...”. Mas depois afirmou: “Não e minha intenção. Eu nego a
possibilidade de uma eventual eleição. Isso me dá mais tranqüilidade. Posso
tomar medidas impopulares, desde que produza benefícios para o País”, disse.
A entrevista foi acompanhada por protestos pelo País.
Pelo menos em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foi ouvido gritos contra
Temer, a favor de Dilma e panelaços. Mais cedo, na Avenida Paulista, grupos pró
e contra impeachment se enfrentaram em frente à sede da FIESP.
O peemedebista disse que, como legado, gostaria de deixar a redução do desemprego e um país pacificado. “Que as pessoas dêem as mãos. Que trabalhadores e empregadores dêem as mãos. Que os partidos deem as mãos”, disse, sem descartar, mas sem demonstrar entusiasmo com uma improvável aliança com o PT.
Temer admitiu que não contasse com tanta popularidade
junto à população brasileira, mas disse ter “legitimidade constitucional”,
segundo suas palavras, e lembrou que foi eleito junto da presidente Dilma
Rousseff.
O presidente interino chegou a lançar mão de uma imagem muita usada
por críticos do PT que reprovam uma suposta traição de Temer a Dilma.
“No painel da votação, estava a foto da candidata à
Presidência e do vice-presidente. E o PMDB trouxe muitos votos para a chapa.
Mas sei que não tenho essa inserção popular. Somente quando produzir efeito
benéfico para o país”, afirmou Temer.
Questionado sobre a ação no TSE, que pode cassar esta
candidatura, Temer tratou de se desvincular de Dilma e afirmou que uma eventual
condenação deve recair somente sobre a petista.
“Uma regra básica da Constituição é que nenhuma pena
passará da pessoa do acusado. A acusação se dá para a campanha da senhora
presidente, e não envolvendo a do vice-presidente, que teve recursos próprios.
Não tem sentido uma penalidade imposta a um alcançar um terceiro”, declarou.
Caso o TSE condene a chapa vencedora na eleição para a Presidência em 2014, Temer também teria o mandato cassado. Mas há correntes que defendem que o julgamento seja feito de forma separada.
Sobre a ausência de mulheres no novo ministério, Temer
criticou o que chamou de rótulos (“Há pessoas que se seduzem pelo rótulo de
ministro. Não vai fazer com que uma pessoa trabalhe bem ou não”) e contestou a
afirmação.
“Um dos cargos é a chefia do gabinete pessoal da Presidência da República, ocupada por uma mulher (Nara de Deus Vieira)”, afirmou Temer, que admite que o posto não tem status de ministério. Afirmou ainda que pretenda contar com três mulheres em secretarias.
“Quero trazer para a Cultura uma representante do
mundo feminino (a jornalista Marília Gabriela teria recusado convite).
Para a
Ciência e Tecnologia e Comunicações, também quero trazer uma representante do
mundo feminino. Na de Igualdade Racial, Mulheres..., que passou a ser da
Cidadania, também. Terei quatro mulheres no ministério”, afirmou Temer, que
anunciou mais um nome: a primeira-dama, Marcela.
O presidente interino contou que, caso sua presidência seja confirmada pelo Senado, levará a família para Brasília, e que Marcela ficará com o trabalho na área social. “Ela é advogada”, disse, sobre o preparo da primeira-dama para o posto.
O presidente interino contou que, caso sua presidência seja confirmada pelo Senado, levará a família para Brasília, e que Marcela ficará com o trabalho na área social. “Ela é advogada”, disse, sobre o preparo da primeira-dama para o posto.
Temer garantiu a permanência dos programas sociais, como Bolsa Família, e disse que eventuais cortes serão feitos em outras áreas, e não nos mais pobres.
O presidente que acredita ter escolhido os melhores
nomes entre os indicados pelos partidos e encheu de elogios o ministro do
Planejamento, Romero Jucá, “figura de competência administrativa
extraordinária” e de grande “capacidade de articulação política”.
“Ninguém conhece tão bem o orçamento como ele”,
declarou Temer, que foi evasivo ao comentar o envolvimento de Jucá na Lava Jato – o senador está na lista de investigados que o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal
Federal (STF) em 2015.
“Ele ainda não é réu”, disse Temer.
Questionado sobre a possibilidade de Jucá se tornar
réu, o presidente interino se expressou.
“Vou examinar”, completou.
Perguntado sobre a situação do deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), com o mandato suspenso pelo STF, Temer fez pouco caso sobre uma
eventual renúncia.
"Tanto faz. Para mim, isso não altera nada",
garantiu.
Fonte: Agência Brasil.
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