APÓS DIVULGAÇÃO DE GRAVAÇÕES, ALIADOS E ATÉ ADVERSÁRIOS DEFENDEM
RENAN.
Manutenção
de estabilidade política é argumento para mantê-lo no cargo.
O senador Humberto Costa (PT-PE) fala em estabilidade
política como justificativa para que a Casa não pressione pela queda do
peemedebista, num momento em que Executivo e Câmara já estão com seus
presidentes afastados, Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, e o país funciona com
certa precariedade institucional.
Segundo ele, não há, nas gravações divulgadas até o
momento, nada que possa ser considerada obstrução da Justiça.
São opiniões políticas que estão colocadas e que
poderiam gerar insatisfação em a ou b. Renan tem um papel importante, é um fator
de estabilização neste momento em que tem a Comissão do Impeachment
funcionando, avaliou o senador.
Outro opositor, o senador Randolfe Rodrigues
(Rede-AP), considerou que as conversas mantidas entre Renan e Machado podem não
ser éticas, nem adequadas. Para ele não existe, no entanto, um motivo concreto
que o inviabilize no comando do Senado.
Ainda não há elementos para situação dele seja de ter
que sair da presidência da Casa. Não vejo nas gravações qualquer menção de que
agiu claramente para obstruir a Justiça, diferentemente dos casos do senador
Romero Jucá e do ex-presidente José Sarney.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE),
aliado e amigo de Renan, diz que além de não existirem motivos concretos para o
afastamento, o peemedebista defende nas conversas com Machado dois pontos que
pregou publicamente:
- Renan era contra a recondução do Janot, fez campanha
contra ele e contra a indicação de Edson Fachin para ministro do Supremo.
Quando Fachin me procurou para pedir voto, perguntou se a posição do Renan o
catapultava para fora da vaga, lembrou Eunício.
O senador lembrou ainda que Renan defenda há tempos
regulamentação da delação premiada, de forma que o delator não seja dono de uma
verdade absoluta.
Nessa posição Renan não está sozinho. Muitos como eu
defendem um debate sobre a validade de delações, porque delatores podem criar
uma fantasia e ninguém pode contraditá-los. Vira uma verdade.
Para Eunício, o presidente do Senado focará na pauta
de votações do governo Michel Temer com sua habitual tranqüilidade.
O senador José Agripino Maia (DEM-RN), citado em uma
parte da conversa entre Machado e Renan, disse não ter entendido até agora o
motivo.
São menções por encomenda, para colocar a oposição
dentro e temperar as conversas. Falaram em me colocar numa roda. Que roda? Que
marcariam uma reunião. Que reunião? — questionou Agripino.
Sobre a permanência de Renan no comando do Senado, o
democrata disse que “por enquanto” não há elementos contundentes para que isso
ocorra.
Fonte: Agência O Globo.
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