SCARCELA JORGE
ESTÁ SUCUMBINDO A IDEOLOGIA ANARQUISTA NA AMÉRICA DO SUL.
Nobres:
É deveras inegável o populismo moderno, estabelecido
há quase 20 anos no continente sob o tripé Fidel/Lula/Chávez, se despedaça. A
estratégia populista era, na verdade, impraticável. Primeiro porque ocultava um
colossal projeto de poder travestido de promessas milagreiras de cunho social.
Depois porque caiu na vala comum das gestões baseadas na distribuição de renda
desordenada e aparelhamento público progressivo, se tornando tão caro e
inviável em razão da rede de corrupção necessária para comprar fidelidade. Na
América Latina, o populismo lançou programas sociais interessantíssimos, mas,
ao invés de se tornar um modelo de gestão contra a desigualdade, resolveu usá-los
como propinoduto para reeleições eternas. Tinha como real intenção perpetuar a
miséria e agigantar os ditos movimentos sociais a fim de que formassem um
“exército vermelho” de mercenários mantidos à base de mortadela e cargos que,
quando necessário, seriam “convocados” para defender o regime. Não funcionou. No
Brasil, em quase 15 anos de populismo, os movimentos sociais triplicaram de
tamanho, ao invés de diminuírem. Nunca houve uma reforma agrária e os direitos
trabalhistas foram reduzidos. Pouquíssimos membros dos movimentos sociais
tinham a real intenção de lutar por direitos ou pela distribuição de terras
improdutivas. O maior exemplo disso é que não houve sequer um único protesto
contra o desemprego cavalar de 11 milhões de pessoas. Pelo contrário, seus
suspeitos membros insistiam em protestar a favor de um regime moribundo que
cortou direitos conquistados há décadas e ceifou a renda mensal do trabalhador.
Na América Latina, o primeiro populismo a descarrilar foi o argentino. Cristina
Kirchner se decompôs tão rápido quanto seu marido Nestor, restando-lhe uma
penca de processos por improbidade. Nicolás Maduro já não tem nem mais luz no
país, quanto mais uma luz para iluminar seu próprio caminho. Definha apegado à
herança maldita de Hugo Chávez. Evo Morales viu seu quinto mandato virar lenda
no Congresso. Fidel Castro é uma múmia viva em desgosto assistindo ao irmão
Raul apertar a mão do imperialista Barak Obama e, como se não bastasse, teve de
testemunhar seu último e maior pupilo, Lula, entregando o poder abatido, sem
banho e descabelado. Foi o fim de 13 anos do número 13 no poder, bem às
vésperas de uma sexta-feira 13. Lamentável fim de festa! Fidel certamente enxergava no Brasil a velha e glamurosa parceira União
Soviética, sempre disposta a financiar incondicionalmente “La revolución
socialista”. Mas o Titanic populista beijou a ponta do iceberg. Resta-nos
descobrir agora o tamanho real da rocha de gelo submersa que teremos de
enxugar. Defendendo os populistas, sobraram apenas algumas republiquetas
caribenhas e o ex-presidente uruguaio, José Mujica, fumando maconha sozinha
dentro de um enfumaçado fusca azul 87, tão velho quanto suas idéias. Lula e
Fidel estão desolados. Um passou de “pai dos pobres” a “pai dos corruptos” e o
outro não consegue morrer tendo de assistir, atônito, à desconstrução do seu
maior projeto de vida. Por fim, ambos ouvem o insistente chamado de Chávez lá
debaixo com sua famosa frase: “Para defender os interesses bolivarianos, vou
até os quintos dos infernos” e conto com a simpatia do camarada Lula. Sem dúvida, a história nunca mente e esta é a
realidade.
Antônio
Scarcela Jorge.
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