quarta-feira, 25 de maio de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUARTA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2016

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

ESTÁ SUCUMBINDO A IDEOLOGIA ANARQUISTA NA AMÉRICA DO SUL.

Nobres:
É deveras inegável o populismo moderno, estabelecido há quase 20 anos no continente sob o tripé Fidel/Lula/Chávez, se despedaça. A estratégia populista era, na verdade, impraticável. Primeiro porque ocultava um colossal projeto de poder travestido de promessas milagreiras de cunho social. Depois porque caiu na vala comum das gestões baseadas na distribuição de renda desordenada e aparelhamento público progressivo, se tornando tão caro e inviável em razão da rede de corrupção necessária para comprar fidelidade. Na América Latina, o populismo lançou programas sociais interessantíssimos, mas, ao invés de se tornar um modelo de gestão contra a desigualdade, resolveu usá-los como propinoduto para reeleições eternas. Tinha como real intenção perpetuar a miséria e agigantar os ditos movimentos sociais a fim de que formassem um “exército vermelho” de mercenários mantidos à base de mortadela e cargos que, quando necessário, seriam “convocados” para defender o regime. Não funcionou. No Brasil, em quase 15 anos de populismo, os movimentos sociais triplicaram de tamanho, ao invés de diminuírem. Nunca houve uma reforma agrária e os direitos trabalhistas foram reduzidos. Pouquíssimos membros dos movimentos sociais tinham a real intenção de lutar por direitos ou pela distribuição de terras improdutivas. O maior exemplo disso é que não houve sequer um único protesto contra o desemprego cavalar de 11 milhões de pessoas. Pelo contrário, seus suspeitos membros insistiam em protestar a favor de um regime moribundo que cortou direitos conquistados há décadas e ceifou a renda mensal do trabalhador. Na América Latina, o primeiro populismo a descarrilar foi o argentino. Cristina Kirchner se decompôs tão rápido quanto seu marido Nestor, restando-lhe uma penca de processos por improbidade. Nicolás Maduro já não tem nem mais luz no país, quanto mais uma luz para iluminar seu próprio caminho. Definha apegado à herança maldita de Hugo Chávez. Evo Morales viu seu quinto mandato virar lenda no Congresso. Fidel Castro é uma múmia viva em desgosto assistindo ao irmão Raul apertar a mão do imperialista Barak Obama e, como se não bastasse, teve de testemunhar seu último e maior pupilo, Lula, entregando o poder abatido, sem banho e descabelado. Foi o fim de 13 anos do número 13 no poder, bem às vésperas de uma sexta-feira 13. Lamentável fim de festa! Fidel certamente enxergava no Brasil a velha e glamurosa parceira União Soviética, sempre disposta a financiar incondicionalmente “La revolución socialista”. Mas o Titanic populista beijou a ponta do iceberg. Resta-nos descobrir agora o tamanho real da rocha de gelo submersa que teremos de enxugar. Defendendo os populistas, sobraram apenas algumas republiquetas caribenhas e o ex-presidente uruguaio, José Mujica, fumando maconha sozinha dentro de um enfumaçado fusca azul 87, tão velho quanto suas idéias. Lula e Fidel estão desolados. Um passou de “pai dos pobres” a “pai dos corruptos” e o outro não consegue morrer tendo de assistir, atônito, à desconstrução do seu maior projeto de vida. Por fim, ambos ouvem o insistente chamado de Chávez lá debaixo com sua famosa frase: “Para defender os interesses bolivarianos, vou até os quintos dos infernos” e conto com a simpatia do camarada Lula. Sem dúvida, a história nunca mente e esta é a realidade.
Antônio Scarcela Jorge.

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