COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE
ALGUNS DOS EX GUERRILHEIROS AGORA SEM O PODER.
Nobres:
Chegamos ao momento decisivo na crise política que se
abate o País. Apesar do insensato proselitismo da presidente e dos que ainda a
seguem, tudo vem ocorrendo dentro das normas institucionais. O processo de
impeachment já tramitou pela Câmara dos Deputados e agora passa pela fase de
admissão no Senado Federal onde, após sua instalação, tramitará em sessões
dirigidas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, conforme determina a
lei. É importante lembrar que a presidente e o seu partido devem ter garantido
todo o direito de defesa. Mas devem fazê-lo trazendo provas e fatos que possam
concorrer a seu favor. Não basta o emocionado discurso político ou ideológico e
nem as bravatas sobre parar o País em sua solidariedade. O processo de
impeachment é a defesa do Estado em relação ao governo com eventuais problemas.
Não houvesse a previsão legal desse processo, seria a ditadura, pois o
governante seria inatingível, independente do que fizesse. Evidente que a
defesa dentro do devido processo legal é lícita e merece o respeito de todos.
Mas o acionar de desordeiros travestidos de trabalhadores ou movimentos sociais
carece da mais severa reação. Os governadores dos estados não podem permitir
que, movidos pela solidariedade política, grupos bloqueiem ruas e rodovias,
invadam ou depredem repartições públicas e propriedades privadas. Isso é crime
e como tal deve receber a reprimenda com a responsabilização dos seus
praticantes. Infelizmente, para se contraporem aos militares, os governantes
que os sucederam confundiram democracia com anarquia. A fim de parecerem
verdadeiramente democráticos, foram omissos diante dos excessos cometidos por
sem-terra, sem-casa e até pelos sem-lei. Isso resultou na existência de grupos
que pedem terra ou casa, mas fazem pressão política com outras finalidades e,
inclusive, no surgimento e crescimento das facções criminosas. É preciso
respeitar e, na medida do possível, atender os que reivindicam terra, casa,
escola, saúde e tudo o mais. Mas estes jamais deverão ser sustentados por
verbas públicas ou tolerados quando suas ações, em vez de reivindicatórias,
tornam-se desobediência civil. A tática de guerrilha precisa ser firmemente
rechaçada e seus insufladores severamente punidos, em nome da verdadeira
democracia. É importante que a presidente Dilma tenha todo o direito de defesa
no processo. Mas não se poderá admitir que, a título de defendê-la,
oportunistas tentem convulsionar o País. Iniciativas dessa ordem têm de ser
desencorajadas e se mesmo assim ocorrerem, precisam ser contidas na ordem e no
processo legal.
Antônio
Scarcela Jorge.
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