quinta-feira, 12 de maio de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 12 DE MAIO DE 2016



COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

MUDANÇAS RACIONAIS.

Nobres:
Consolidado como passo inicial a varredura da anarquia e corrupta do “regime lulista”, por conseguinte se enseja um novo Brasil político onde a prioridade é a reforma política ansiada pela população até o presente só houve amarga decepção dessa gente se conceitua, transformando os políticos para tal reforma e como ponto fundamental a reforma eleitoral, que vem sendo atacada para prover os interesses dos políticos, até agora, como questão de eloqüência. Até a própria Justiça Eleitoral incentiva a conscientização sobre a importância de votar apenas quando as eleições estão próximas. Pior do que isso é a discussão a respeito da obrigatoriedade ou não do voto. O argumento dos defensores da obrigatoriedade limita-se e se esgota na tese de que o brasileiro não sabe votar e é desinteressado pela política. Pode ser que o fato de ser forçado a votar aumente o comparecimento às urnas, mas não aumenta a legitimidade dos eleitos, pois quem vota apenas para cumprir seu dever não se interessa pela escolha do candidato, não participa de suas decisões após eleito, e entende como plena sua própria cidadania apenas com o apertar de uma tecla. Deveria ser cobrado, e não é, o envolvimento da sociedade nas decisões administrativas dos eleitos. A começar por debates nas escolas de ensino básico sobre as atribuições de cada Poder. Infelizmente, a discussão didática se limita em dizer que o Poder Legislativo faz leis, o Executivo as executa, e o Judiciário exige o cumprimento delas. Um clichê que decorei nos anos setenta. Uma participação efetiva poderia se dar por meio do acompanhamento de um projeto de lei na Câmara e no Senado por um grupo de pessoas. Visitas de alunos nas votações das assembléias legislativas estaduais e nas câmaras municipais, por exemplo, ajudariam na conscientização de como o parlamentar vota e como é aplicado o dinheiro público. Votações simuladas de projetos poderiam ser feitas nas escolas. Isso, sim, contribuiria para o aperfeiçoamento da cidadania. Efetivamente, o político só aparece quando é candidato, para dizer o seu número. Além do mais, essa obrigatoriedade assemelha-se à chamada indústria da multa. Quando deixa de votar, o cidadão paga uma multa de pouco mais de três reais, que tem a mesma relevância do voto. O dinheiro arrecadado com as multas vai para os partidos. Ora, os partidos são pessoas de direito privado, como outras quaisquer. Ao receberem dinheiro de arrecadação pública, ferem, no mínimo, a razoabilidade e o bom-senso. Pouquíssimas pessoas sabem quanto se arrecada e nenhuma sabe dessa destinação. Seria muito mais justo o repasse a entidades de interesse social. Não se ouve nenhum democrata falar nisso no rádio nem na televisão; nenhum jornalista escreve sobre o assunto; não se sabe a posição de nenhum famoso a esse respeito. No Brasil, o que é normal e razoável passa a ser a exceção. Com os denominados formadores de opinião não poderia ser diferente. Eles são dolosos ou inconscientemente coniventes e mais comprometidos em manter e eternizar a mediocridade. Estamos nos acostumando com a política, de sinônimo de falcatrua, compra de parlamentares e desculpas pela continuação permanente de problemas sociais. Com o voto obrigatório, o Brasil está atrás da Bolívia e do Haiti. Instituir o voto facultativo se faz imperioso até para tornar coerente a defesa decantada da democracia. Tornar um eleitor consciente tem se limitado em informá-lo sobre a cor certa do botão que deverá apertar na urna eletrônica. É elementar: não há democracia onde o voto é obrigatório.
Antônio Scarcela Jorge.


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