Sondados para o primeiro e segundo escalão têm manifestado receio do pouco tempo que terão para propor medidas que reanimem a economia até 2018.
Mesmo com a definição de Henrique Meirelles para o
comando da Fazenda, a montagem da equipe econômica tem sido uma tarefa
desafiadora para o vice-presidente Michel Temer.
A dificuldade em fechar os
nomes esbarra principalmente no receio dos sondados em relação ao pouco tempo
para reanimar a economia até 2018 - cenário que pode ficar mais complicado sem
a "mão-de-ferro" de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Câmara dos
Deputados para colocar em votação projetos considerados essenciais.
Por esse motivo, Temer e Meirelles trabalham com
algumas opções de economistas que podem servir como curingas, para serem
encaixados no primeiro e segundo escalões, caso o afastamento da presidente
Dilma Rousseff seja aprovado pelo Senado Federal na próxima quarta-feira.
Aliados de Temer dizem que a lista com os nomes está quase fechada, mas ainda
há dúvidas em relação ao cargo que cada um dos cotados vai ter no desenho
final.
Alguns nomes da lista são ventilados para funções
distintas, como é o caso do ex-diretor de Política Econômica do BC, Carlos
Hamilton. Ele saiu do BC e foi para a diretoria da holding J&F,
controladora da JBS, onde trabalhou novamente com Meirelles.
No provável
governo Temer, pode ser escalado para ser o número dois do Ministério da
Fazenda, secretário do Tesouro Nacional ou secretário de Política Econômica
(SPE).
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Também para a SPE, que exige um formulador de
estratégias para reanimar a economia, está cotado o sócio do banco Brasil
Plural, Mário Mesquita, que também foi diretor de Política Econômica do BC de
2007 a 2010 e já teve o nome também entre os cotados para a presidência do
banco.
Demora.
Ao assumir
o BC, em 2003, Meirelles levou alguns meses para trocar os diretores da
instituição.
Ele já disse a Temer que a troca não precisa ser imediata, uma vez
que precisa ser referendada pelo Senado.
Meirelles já trabalhou com alguns dos
diretores que ainda estão no BC, como é o caso de Aldo Mendes, cotado para
continuar na diretoria de Política Monetária.
Para os bancos públicos, o vice já tem em mente que a
mudança mais urgente deve ser no comando da Caixa, atualmente com a petista
Miriam Belchior.
Já está praticamente acertado que o novo presidente da
instituição será Gilberto Occhi, indicado pelo PP. Occhi é funcionário de
carreira da Caixa e já foi ministro das Cidades e da Integração Nacional no
governo Dilma Rousseff.
Roberto Derziê, ligado a Temer, deve ficar com uma
vice-presidência, indicada pelo PMDB.
Um dos cotados para o comando do BNDES, em substituição
a Luciano Coutinho, é o atual superintendente da área de estruturação de
projetos, Henrique Pinto.
A ideia é extinguir a vice-presidência e o BB deve
ficar mais algum tempo com Alexandre Abreu.
Uma das opções para uma troca
futura é Luiz Fernando Figueiredo, também ex-diretor do BC.
Nos próximos dias, Meirelles e muitos dos candidatos
para compor sua equipe vão se reunir em São Paulo.
Será um debate para discutir
o que é preciso ser feito para a retomada da atividade econômica em um curto
espaço de tempo.
Meirelles tem dito que o primeiro desafio é trazer de volta a
confiança para garantir o retorno dos investimentos e a recuperação dos
empregos, que será a principal bandeira do governo Temer.
Fonte: G1 – DF.
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