INVESTIGAÇÃO DE EX-MINISTROS DE DILMA NA LAVA JATO PODE IR PARA MORO.
Teori
analisará casos de Edinho, Cardozo, Berzoini, Mercadante e Wagner.
Todos foram citados na delação premiada de Delcídio do Amaral (MS).
Com o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência por
até 180 dias, ao menos três ministros do governo petista investigados na
Operação Lava Jato poderão, agora que deixaram a Esplanada dos Ministérios, ter
seus inquéritos remetidos para o juiz federal Sérgio Moro,
responsável pelos processos do caso na primeira instância.
Como, até então, eles tinham foro privilegiado, os
inquéritos ou pedidos de investigação sobre eles se encontravam no Supremo
Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Teori Zavascki.
Correm o risco de passarem a ser investigados em
Curitiba os ex-ministros Edinho Silva (Comunicação), José Eduardo Cardozo
(Advocacia-Geral da União) e Ricardo Berzoini (Comunicações). Além deles, há
pedido de investigação, ainda não autorizado pelo STF, sobre Jaques Wagner
(Chefia de Gabinete).
Todos eles foram citados pelo senador cassado Delcídio do Amaral (sem
partido-MS) em sua delação premiada. Existe ainda a possibilidade de ser aberta
uma investigação sobre Aloizio Mercadante, suspeito de ter oferecido ajuda em
troca do silêncio de Delcídio.
Caberá a Teori Zavascki analisar os
casos de cada um para decidir se devem passar a ser investigados na primeira
instância. Antes de tomar a decisão, o magistrado irá solicitar a opinião do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que conduz as investigações junto
ao STF.
É possível, no entanto, que, dependendo dos fatos
investigados, os inquéritos permaneçam na Suprema Corte, seja em razão de
estarem estreitamente relacionados a outras autoridades que ainda têm foro
(como a própria Dilma) ou porque a separação comprometeria as investigações já
em andamento sobre a corrupção na Petrobras.
Outro que pode ter as investigações remetidas para
Moro é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a ser nomeado por
Dilma para o comando da Casa Civil, mas teve a posse suspensa pelo ministro
Gilmar Mendes, do Supremo.
No início do mês, Janot incluiu Lula, o empresário José Carlos Bumlai e seu filho
Maurício Bumlai, em uma denúncia apresentada contra Delcídio e o banqueiro
André Esteves, sócio do banco Pactual BTG.
Um dos casos que Lula responde já tem denúncia
apresentada pela Procuradoria Geral da República, e inclui como acusados
Delcídio, o dono do banco BTG Pactual, André
Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho Maurício Bumlai, o
ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira e o advogado Edson Ribeiro.
Todos são acusados de tentar embaraçar as
investigações da Lava Jato ao tentarem evitar a delação de Nestor Cerveró. A
única razão de o caso ainda estar no STF era o fato de Delcídio, como senador,
ter foro privilegiado. Ele, entretanto, foi cassado pelo Senado na última
terça-feira (10).
Fonte: Agência O Globo.
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