JOVENS ESTÃO DISTANTES DO PROCESSO POLÍTICO
A falta de interesse da juventude em participar da vida político-partidária
motiva preocupação.
O interesse do jovem brasileiro
em participar e discutir política está atrelado, entre outras coisas, a um
certo nível de informação e conhecimento sobre a situação do seu País nas mais
diversas áreas aliado a uma preocupação das necessidades vividas pela
sociedade. Para especialistas, é necessário para impulsionar esse interesse que
seja feito uma educação política e cívica que mostre a política como um caminho
legítimo para transformações sociais e os forneça uma preocupação social
coletiva.
De acordo com a socióloga e
professora da Universidade de Brasília (UnB), Débora Messemberg, um dos grandes
motivos do desinteresse dos jovens na área é que a política institucional não
faz parte dos interesses imediatos dos jovens brasileiros e em outros lugares
do mundo, inclusive onde o voto não é obrigatório. Ela defende que o
desinteresse do jovem não está ligado ao nível de educação formal e sim a
descrença na política.
"Todas essas mobilizações
que nós vimos no ano passado vem mostrando que as parcelas mais jovens da
população não se identificam mais com essa divisão dos poderes que já se tem
mais de 200 anos e que esses poderes não dão conta de dar respostas às
necessidades sociais".
Conforme a professora, uma
pesquisa feita no ano passado, com alunos da UnB, mostrou que a maioria dos
jovens não participa ou nunca participará de ações políticas ou de preocupação
com a comunidade.
Já a cientista política Patrícia
Teixeira, professora da Faculdade do Vale do Jaguaribe, defende que apesar
desta geração de jovens ter mais acesso a informação é necessário uma educação
política nas escolas que conte com professores capazes de lançar ideias
políticas.
"Uma educação política nos
falta, também nas famílias e a própria mídia tem influência sobre os jovens no
sentindo de fomentar a participação política. A participação passa pelo
conhecimento, ninguém participa do que não sabe, a pessoa quando acha que sua
voz está sendo ouvida ela começa a querer falar", explica, justificando a
necessidade de os jovens se informarem melhor sobre as atividades políticas
nacionais.
Patrícia acredita que os
movimentos durante a Copa das Confederações mexeu com a juventude de 15 a 18
anos, mais ativa nos protestos, que saborearam o sabor da democracia.
"Historicamente somos apáticos e, pelos menos, a nível de discussão a
gente já fala. Os jovens se acham mais capazes, nas redes sociais há muito
discussões, ainda não é tão qualificada, mas o fato é que se discute a cerca da
política".
Responsabilidade
Para a professora aposentada de
Filosofia Política da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mirtes Amorim, o
relacionamento mais imediato do interesse do jovem com a política é a ampliação
do universo da informação. "O volume e nível de informação amplia a tomada
de consciência do jovem e responsabilidade".
Segundo ela, é importante que
tanto os jovens como os adultos tenham uma visão que a política é boa, uma
instância de participação do cidadão, e não ruim como um lugar apenas de
corrupção. Para isso, os jovens devem se informar, estudar e tomar conhecimento
das estatísticas para se posicionarem nas eleições e nos demais momentos da
vida política nacional, como acontecia no passado.
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