COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
COGITAÇÃO E AÇÃO AO DEIXAR
APÓS A COPA.
Nobres:
Nas oitavas de
final iniciada ontem em que “nossa seleção” passou as quartas e finais graças
ao milagre do “são” Julio Cesar, diretamente rezados diretamente pelos
torcedores que acorreram as dependências
do estádio Mineirão e ainda mais o coro de milhões de espectadores de
brasileiros em todo o país e o mundo. Dentro deste aspecto, talvez de forma
antecipada, é cabível uma profunda reflexão sobre o país depois da Copa. O
evento esportivo e a movimentação de turistas estão envolvendo de tal forma os
brasileiros, que já se prevê uma espécie de síndrome de abstinência quando os
jogos terminarem. Para que esse sentimento de tédio não resulte em
manifestações de insatisfação, os governantes, as autoridades e as lideranças
da sociedade já deveriam ir planejando uma agenda capaz de mostrar que o país
tem capacidade de planejar e executar com um mínimo de eficiência também em
outras áreas. Uma delas, obviamente, é saúde pública, a mais citada das
reivindicações de rua intensificadas a partir de junho do ano passado. Independentemente
dos posicionamentos individuais em relação à conveniência de sua realização, o
fato concreto é que a Copa expôs tanto os aspectos vulneráveis quanto o
potencial do país de pensar grande, de acordo com padrões internacionais. As
exigências impostas para a realização do Mundial mostraram uma tendência do
Brasil de deixar tudo para a última hora, por razões que vão desde falhas de
planejamento até excesso de burocracia. Evidenciou também que, mesmo de forma
peculiar e na maioria das vezes alcançados apenas em parte os objetivos
propostos, o país se mostrou em condições de realizar um evento dessas
dimensões. Em ambos os casos, os cidadãos tiveram papel decisivo. Se for capaz
de atender a exigências de nível internacional para a Copa, o país precisa se
comprometer agora em garantir serviços públicos com a mesma qualidade. Os
brasileiros já arcam com uma carga de impostos equivalente o grupo das maiores
potências globais. Têm todo o direito, portanto, de contar com serviços e
infraestrutura à altura dos oferecidos por esses países, o que depende apenas
de comprometimento e de definição de prioridades por parte do poder público. Da
mesma forma, é preciso que o país, nas diferentes instâncias da federação, se
empenhe em assegurar alternativas para aproveitar a infraestrutura e o legado
pela Copa. Particularmente nas 12 cidades-sede, o principal desafio será
definir que eventos poderão compensar a fase pós-Copa na cabeça e no bolso dos
cidadãos, especialmente no interior cearense sentirão apenas a inflação que se desenha pela ganância do atravessador, (uma espécie de praga existente em todos os elementos corruptos na sociedade) outro, que vive permanentemente "sugando" É uma questão natural e precisa realizar empenho neste sentido.
Antônio Scarcela
Jorge.
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