PARTIDOS LANÇAM CHAPAS NEUTRAS CONTRA CONFLITOS
Buscando pressionar ou garantir palanques para aliados nacionais,
candidaturas de última hora tomam forma
Brasília Para
apaziguar conflitos e garantir palanques para seus presidenciáveis, diferentes
partidos decidiram lançar candidaturas de última hora nas eleições estaduais.
Em alguns casos, os
"candidatos-tampão" surgem para estancar conflitos entre legendas
aliadas no Estado, mas adversárias no plano nacional. Em outros, viram última
moeda de negociação nos arranjos locais.
Há casos assim em Estados com
Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Goiás. De
acordo com a legislação eleitoral, as alianças devem ser formalizadas até hoje.
O caso mais recente ocorreu na noite de quinta-feira (26) em Minas. O PSB
lançou o ex-deputado Tarcísio Delgado como candidato ao governo do Estado,
medida que abriu um palanque à dupla Eduardo Campos e Marina Silva no segundo
maior colégio eleitoral do país. Uma ala do partido defendia uma aliança com o
PSDB local já no primeiro turno das eleições.
No Rio, por exemplo, o presidente
nacional do PDT, Carlos Lupi, anunciou uma candidatura avulsa ao Senado Federal
para abrir um palanque extra para a presidente Dilma.
Na última semana, os dois
principais adversários da candidata petista ganharam espaço em chapas
encabeçadas por partidos governistas.
O PMDB atraiu o PSDB, de Aécio
Neves, e o PT se uniu ao PSB, de Eduardo Campos. "Mesmo sabendo que é uma
candidatura difícil, vou para essa tarefa, porque me preocupa muito que não
tenha um senador para fazer o palanque da Dilma", afirma. No Espírito
Santo, o PT decidiu no domingo passado lançar um deputado estadual como pré-candidato
a governador.
A iniciativa visa à formação de
uma chapa para que o ex-prefeito de Vitória João Coser (PT) dispute o Senado e
dê palanque para Dilma, duas condições que o PMDB, com quem os petistas
negociaram, não aceitou.
Em Mato Grosso do Sul, PT e PSDB
locais flertaram por meses com uma aliança que enfrentava a oposição das
direções nacionais das siglas.
O deputado federal tucano
Reinaldo Azambuja, que pretendia concorrer ao Senado em uma chapa encabeçada
pelo PT, anunciou no mês passado que disputará o governo.
"A aliança não se
sustentaria pelas diferenças que nos separam em nível nacional, e ter um
palanque próprio fortalece o Aécio", diz o deputado.
Em Goiás, partidos da base
lançaram um novo nome, do PR, como vice do governador Marconi Perillo (PSDB),
que tentará reeleição no Estado.
O movimento é uma tentativa de
pressionar o PP, que tem o atual vice-governador, a participar de um
"chapão" com partidos como PR e PTB nas eleições proporcionais.
Esse clima de "bacanal
eleitoral" - definição dada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes
(PMDB)- tem recebido críticas generalizadas, mas é legal e está garantido pela
Constituição. E já foi autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas
eleições presidenciais realizadas em 2010.
Fonte: Folhapress.
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