COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
PERSPECTIVA
DA SOCIEDADE POLÍTICA.
Nobres:
As
eleições de 2014 podem ter outra qualidade democrática se efetivado o fim das
contribuições milionárias de empresas para candidatos e partidos, a partir da
iniciativa da OAB de entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no
Supremo Tribunal Federal. A ação que já conta com o voto favorável da maioria
dos ministros parte do pressuposto de que apenas ao cidadão, que tem o direito
de voto, deve ser permitido manifestar seu apoio político na forma de
contribuição financeira e não às empresas. Pela maioria das contribuições virem
delas, nossa democracia está se tornando um sistema censitário disfarçado. Bem
identifica a consequência disto o manifesto “Por Eleições Limpas e Democráticas”,
do movimento liderado pela OAB e a CNBB que coleta assinatura por outro sistema
político: os candidatos que assim se elegem traem compromissos com seus
eleitores, pois defendem os interesses de quem os financiou, causando justa
indignação na sociedade. A presidenta Dilma respondeu a esta indignação
apresentando ao Congresso Nacional a proposta de realização de um plebiscito
para que a população decida qual a reforma política que deseja. O
corporativismo dos parlamentares que expressaram acima do sentimento pátrio
levou o engavetamento desde então da proposição deixa claro que essa maioria
não tem vontade política para democratizar as atuais regras do jogo,
consequentemente são partilhados pela corrupção que fazem o veio da vida
política da nação. Assim como a das eleições limpas, esta campanha está sendo
feita de forma voluntária e militante, com formação política para a cidadania e
ampla discussão com a sociedade. Mais uma vez, o movimento social toma a frente
para criar uma nova institucionalidade que tenha como alicerce a soberania
popular! Sempre foi isto que fez o Brasil avançar e reduzir a distância que
separa a cidadania do acesso aos direitos, como os reivindicados no memorável
junho de 2013. A esperança nesta proposta é racional para sobrevivência da
ética um imperativo da sociedade efetivamente presente.
Antônio
Scarcela Jorge.
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