Votação secreta foi marcada por uma dissidência de quase 41%.
Em votação secreta, marcada por
uma dissidência de quase 41%, os delegados peemedebistas presentes na Convenção
Nacional realizada nesta terça-feira (10) em Brasília aprovaram a reedição da
chapa Dilma-Michel Temer, na coligação PMDB-PT para as eleições presidenciais
de 2014. Foram 398 votos (59,13%) a favor e 275 (40,87%) contra. Houve ainda 64
votos brancos, nulos e ausentes, segundo a assessoria do PMDB. Na convenção de
2010, a votação registrou 84,85% de votos favoráveis à escolha de Temer como
vice de Dilma.
Embora o discurso do governador
do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (RJ), tenha sido de apoio a Dilma,
sabe-se que a bancada fluminense votou contra a coligação, a exemplo dos
parlamentares gaúchos e paranaenses. Isso, na verdade, mostra que Pezão ou é
cínico, irônico, ou debochado. Pezão parece ter esquecido o almoço oferecido
pelo PMDB fluminense ao candidato Aécio Neves, quando foi fechado o apoio ao
tucano com a presença de todos os parlamentares que detêm a maioria dos votos.
Pezão quer fazer o eleitor de bobo ou de 'otário'.
Já em seu discurso, Michel Temer
destacou a vitalidade dos peemedebistas: “quero não apenas agradecer, mas
revelar aquilo que se vê fisicamente neste auditório: o PMDB é essa força
extraordinária”. "Desde ontem eu estou sensibilizado, em nome do PMDB,
pelo apoio carinhoso, não é apenas o apoio político, mas o apoio fraterno, no
sentido que sustentou a revolução francesa", afirmou.
Para Temer, o PMDB garantiu a
grande evolução social do país, “por isso que nós estamos nos habilitando para
continuar esta coalizão, que será muito útil para o país”. “O Brasil continuará
se desenvolver por conta dessa aliança e abrindo espaço para que o PMDB ocupe
todos os espaços políticos neste país”, disse.
E concluiu: “não quero aplausos
para mim, quero aplausos para o maior partido do Brasil, que é o PMDB”.
O presidente da Câmara, deputado
Henrique Eduardo Alves (RN), ressaltou a importância da manutenção da chapa
Temer-Dilma e da coerência do Partido. “Quero falar apenas com a autoridade,
não de presidente da Câmara, mas com a autoridade de quem, desde os vinte anos
segura a bandeira do Partido. O PMDB é uma legenda que sempre teve uma divisão
democrática das bancadas. Mas essa divisão jamais ameaçou a coerência, a
unidade do Partido”, atentou.
Henrique, que no Rio Grande do
Norte é pré-candidato ao governo estadual, defendeu a reedição da chapa
Temer-Dilma independentemente das realidades locais. “No estado temos claras
divergências com o PT estadual. Lá o PT não nos apoia, no entanto, eu jamais
colocaria minha coerência, minha história à frente da história do PMDB. Minha
luta não pode ser sua derrota. Vou votar pela força, pelo passado e pelo
futuro: Michel Temer para vice-presidente da República”, disse.
Em sua intervenção, Henrique
lembrou que Michel Temer foi três vezes presidente da Câmara e um líder que
conseguiu unir o Partido. “Somos um Partido que não se apequena, não se
esgarça. Aqui está em jogo a imagem do maior partido do país. Para isso
continuar clamo por um jogo transparente. Leal é votar em uma coligação que
mais importante do que todas as coisas, tem Michel Temer em seus quadros. O
radicalismo não pode ser nossa marca”, observou.
Já o presidente da legenda,
senador Valdir Raupp (RO), analisou o atual cenário político e a importância do
papel desempenhado pelo PMDB no desenvolvimento do país. “É com grande alegria
que conversamos sobre as propostas do PMDB. Hoje nesta Convenção vejo que o
PMDB está bastante mobilizado para reeditar a chapa Michel Temer e Dilma
Rousseff na disputa aos cargos de vice-presidente e presidente da República,
respectivamente”.
Na avaliação de Raupp, o Brasil
vive um momento de grande esperança, com uma inclusão social sem precedentes.
“Os que antes eram excluídos, hoje estão incluídos em uma grande classe média.
Uma realidade que o PMDB ajudou a fortalecer nos últimos anos. Nosso Partido
apoiou cada etapa da fase desenvolvimentista do Brasil. Garantimos a
governabilidade do Executivo, especialmente as ações em prol da saúde e da
educação. O PMDB tem se emanado na consolidação da democracia ao apoiar
votações importantes como a lei que destina royalties do petróleo para educação”,
lembrou.
De acordo com Raupp, para seguir
contribuindo com o crescimento do país é preciso que o Partido reflita sobre um
projeto de desenvolvimento social. “Convocamos a militância, os integrantes dos
Núcleos do nosso Partido, vereadores, prefeitos e parlamentares a participarem
da concepção das propostas que irão compor o programa de governo a ser
apresentado pelo PMDB ao PT. O documento será incluído no programa da chapa
PMDB-PT”, disse.
Entre os projetos apresentados
pelo PMDB está a adoção de uma escola integral para todas as crianças até 10
anos, a destinação de 10% da renda pública para a saúde, a ampliação da
logística de infraestrutura para diminuir o preço dos nossos produtos nos
mercados externo e interno. Além disso, o rol de propostas tem ainda a defesa
permanente da liberdade de expressão e de pensamento além de uma reforma
política ampla compatível com as aspirações populares. Raupp destacou que será
incluído também as sugestões apresentadas durante a Convenção pelo senador
Roberto Requião (PR), pelos Núcleos e pela militância.
Sobre o pleito de 2014, Raupp
destacou que o PMDB, já com o maior número de prefeitos, vice-prefeito e
vereadores, deve ter este ano cerca de 20 candidatos aos governos estaduais. “O
PMDB terá candidatos em todos os estados. Essa grande caminhada começa agora
com esta Convenção. Viva o PMDB!”, comemorou.
Em seu discurso, o prefeito do
Rio de Janeiro, Eduardo Paes (RJ), afirmou que o PMDB mais uma vez reforça seu
papel como condutor da democracia. “Somos um Partido com força e vigor. Nosso
compromisso democrático é pela continuidade de governo. Nesse sentido, é
fundamental a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Sabemos que esse partido,
que é o maior partido do país, e que em 2018 vai fazer o presidente da República
para governarmos".
Fonte: Agência Estado.
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