'LOS TICOS’ SE TORNAM ‘LOS GIGANTES’ ANTE A CELESTE.
Primeiro jogo de Copa da história
do Castelão tem a pequena Costa Rica dando uma lição de bola nos uruguaios.
Quando saíram os grupos da Copa,
em sorteio realizado em dezembro de 2013, quase todo mundo apostou: quem perder
para a Costa Rica não se classificará no Grupo D. A resposta dos
costarriquenhos, ou “Los Ticos” (“Os Pequenos”, em português), veio em forma de
castigo para o Uruguai na primeira partida de um Mundial no Castelão. O time da
América Central saiu perdendo, mas obteve a virada ante a Celeste por 3 a 1 e
mostrou a uruguaios, italianos e ingleses que o “Grupo da Morte” pode contar
com mais um “gigante”.
A primeira zebra do torneio foi
ocasionada por uma atuação surpreendente do atacante do Olympiacos - GRE, Joel
Campbell, que sacudiu a defesa uruguaia durante boa parte do jogo.
Nas arquibancadas, a cor celeste
predominou, com diversos cartazes e alusões a 1950, ano em que a seleção
uruguaia ficou com a taça da Copa do Mundo em território brasileiro, o chamado “Maracanazo”.
Mas a festa foi mesmo da torcida vermelho e azul, que acabou, ao fim da
partida, ganhando a simpatia eterna dos cearenses e deixando de recordação uma
espécie de “Castelazo” para os nossos vizinhos.
O jogo.
O Uruguai, que entrou em campo
com sua principal estrela Luis Suárez, que se recupera de cirurgia, entre os
reservas, começou o jogo dando toda a pinta de que finalmente venceria após 44
anos em uma estreia de Copa do Mundo. Aos 22 minutos, Lugano foi agarrado
dentro da área após levantamento de Forlán para a área e o árbitro alemão Felix
Brych marcou pênalti. Com precisão, Cavani bateu o pênalti e levantou a torcida
azul-celeste no Castelão, abrindo o placar.
Tudo levava a crer que a Costa
Rica seria uma presa fácil. Isso até o abusado Joel Campbell dar seu cartão de
visitas com um belo chute que passou perto do gol de Muslera, aos 26.
Aparentemente, o crescimento do
rival na partida não alarmou os uruguaios, que quase marcaram o segundo com
Forlán, aos 43 minutos.
Virada
Só que o jeito de jogar relaxado da Costa Rica virou real ameaça quando Campbell recebeu cruzamento da direita, aos 8 minutos do segundo tempo, dominou e fulminou Musleira: 1 a 1.
Virada
Só que o jeito de jogar relaxado da Costa Rica virou real ameaça quando Campbell recebeu cruzamento da direita, aos 8 minutos do segundo tempo, dominou e fulminou Musleira: 1 a 1.
Três minutos depois, os
bicampeões mundiais tomaram um choque de realidade ao ver Oscar Duarte ganhar a
briga com Stuani e fazer o segundo gol costarriquenho, de peixinho.
Campbell continuava a mostrar que
não veio para Fortaleza a passeio ao mandar outro chute venenoso de longe que
assustou o goleiro sul-americano.
Quando a torcida no Castelão já
gritava “olé” de maneira alucinada a cada toque dos costarriquenhos, o reserva
Ureña, no seu primeiro lance na partida, ampliou para 3 a 1, tocando rasteiro,
na saída de Muslera.
No fim da partida, Campbell ainda
provocou a expulsão do lateral Maxi Pereira, oferecendo aos uruguaios – que em
sua partida anterior em Copas no Brasil acabou campeão – o outro lado da moeda:
uma derrota para não se esquecer no Castelão.
Vitória leva
carnaval antecipado à Costa Rica.
“Imagine a emoção que estamos
vivendo. Éramos o patinho feio do grupo, diziam que seriamos goleados, que quem
fizesse mais gols na gente iria definir uma classificação. Mostramos que temos
uma seleção competente e mentalmente muito forte, o que é fundamental”. Normalmente
essa declaração teria sido dada pelo técnico ou algum atleta costarriquenho,
entretanto, são palavras do jornalista Leonardo Cordeiro e mostram como “La
Sele” consegue representar todo um país.
O discurso de unidade do
profissional da pequena nação da América Central revela um pouco como seus
conterrâneos sentiram o triunfo sobre os uruguaios, ontem, na Arena Castelão. “Somos
de um país muito pequeno, com 4 milhões e meio de habitantes, onde todos
estavam ansiosos assistindo ao jogo, e quando o resultado foi confirmado, as
pessoas saíram de casa. Não por hoje ser sábado e amanhã domingo, mas,
independente de qualquer coisa, ninguém trabalharia ao amanhecer. É Carnaval em
meu país!”, exclamou.
A consagração da Costa Rica
também foi reconhecida pelo jornalista uruguaio Jorge Muñoz Borges. “Uma
vitória justa e notável da Costa Rica. O Uruguai jogou muito mal. Tinha um
primeiro tempo controlado, mas se desarmou totalmente no segundo tempo, e os
costarriquenhos aproveitaram as falhas que já haviam sido evidenciadas”, disse.
‘Hoje, temos muito mais confiança’, diz técnico.
A tarefa da Costa Rica no Grupo D
da Copa do Mundo era das mais difíceis. E após a surpreendente vitória ante o
Uruguai ela continua difícil, como ressaltou o técnico José Luis Pinto. Porém,
a confiança dos “Ticos” aumentou após o belo triunfo.
“Espero que o povo da Costa Rica
aproveite a vitória. Temos apenas que aperfeiçoar os conceitos e manter nossa
postura. Meus jogadores foram espetaculares na parte tática e física. Ainda não
ganhamos nada, pois enfrentaremos mais dois campeões do mundo, mas hoje temos
muito mais confiança e isso no futebol tem muito valor”
O técnico não se esquivou de
apontar as falhas do favorito, e da tática que o fez virar a partida. “É
preciso reconhecer que o Uruguai tem jogadores fortes na defesa, mas um pouco
lentos. Então, tínhamos que nos aproveitar. Ao contrário do ataque: não é fácil
marcar Cavani, Stuani e Forlán. Conseguimos, e ainda fomos precisos na defesa
com as jogadas aéreas uruguaias”.
Talento
O atacante Joel Campbell, escolhido o melhor do jogo, foi elogiado pelo comandante. “Ele pode desequilibrar a partida e fazer muita diferença. É um desses jogadores que muda um panorama com uma jogada e já tínhamos clareza disso. Só precisávamos aproveitar o talento dele”.
Talento
O atacante Joel Campbell, escolhido o melhor do jogo, foi elogiado pelo comandante. “Ele pode desequilibrar a partida e fazer muita diferença. É um desses jogadores que muda um panorama com uma jogada e já tínhamos clareza disso. Só precisávamos aproveitar o talento dele”.
O atacante dividiu o mérito. “É
um honra ser o craque do jogo, mas não teria acontecido sem meus companheiros.
O prêmio também é deles”, afirmou.
Lugano reclama do clima quente
Fortaleza, 17 horas. Os
termômetros da Fifa marcavam 30ºC, com 58% de umidade do ar. Começava o segundo
tempo da estreia do Uruguai na Copa do Mundo. A Celeste vencia a partida por 1
a 0. Mas bastaram 10 minutos para os uruguaios entenderem o significado real da
palavra calor. A Costa Rica empatava a partida, e viraria o jogo, 20 minutos
depois. Ali, os uruguaios já não suportavam mais o caldeirão cearense. Quem
garante isso é o capitão e zagueiro do Uruguai, Diego Lugano.
Para o camisa 2, o calor de
Fortaleza foi determinante para a derrota da Celeste diante da Costa Rica – a
primeira da história do confronto entre as duas seleções. “Nos últimos 20
minutos do jogo tentamos sair (para o ataque), e ficou evidente que estávamos
sem velocidade, sem físico (por conta do calor). Isso foi determinante para a
vitória da Costa Rica”, admitiu.
Lugano reconhece que seus
companheiros poderiam ter ampliado o placar enquanto ainda tinham físico para
suportar o caldeirão. "Perdemos a oportunidade de matar o jogo quando tivemos
chance. Isso é um erro capital. No segundo tempo, a Costa Rica foi mais
efetiva”, admitiu.
Fonte: DN.
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