BARBOSA EXPULSA DEFESA DE GENOINO DO PLENÁRIO.
Brasília. O
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, determinou a
seguranças da Corte que retirassem do plenário o advogado Luiz Fernando
Pacheco, que defende o ex-deputado federal José Genoino, preso por participação
no esquema do mensalão.
Barbosa considerou
"lamentável" o fato envolvendo o advogado que teria agido "de
modo violento" e dirigido "ameaças contra o chefe do Poder
Judiciário" em "atitude nunca vista anteriormente em sessão deste
Supremo Tribunal Federal", declarou em nota à imprensa.
No início da sessão plenária de
ontem, Joaquim Barbosa decidiu colocar em julgamento processos que definirão a
divisão de cadeiras na Câmara dos Deputados. Pacheco foi à tribuna e fez uma
intervenção. Ele disse que rogava para que Barbosa colocasse em pauta recurso
com o qual pretende garantir o retorno de Genoino à prisão domiciliar.
O advogado sustenta que o
ex-deputado está com problemas de saúde e que corre risco na cadeia. Depois de
Pacheco afirmar que o presidente do STF deveria honrar o tribunal e colocar o
recurso em julgamento, Barbosa determinou aos seguranças que retirassem o
advogado do plenário. "O senhor pode cortar a palavra. Vou continuar
falando", reagiu.
Ao ser levado pelos seguranças,
Pacheco gritou que era "abuso de autoridade". Barbosa respondeu: Quem
está abusando de autoridade é Vossa Excelência. A República não pertence à
Vossa Excelência e nem a sua grei (bando), saiba disso".
Já fora do prédio do STF, Pacheco
deu uma curta entrevista. Ele disse que Joaquim está com o recurso em mãos há
dez dias, mas não coloca o processo em julgamento. "Ele sonega aos seus
pares a jurisdição. Sonega ao réu a jurisdição. Não traz em pauta o processo
porque sabe que será vencido. Então a nossa manifestação hoje (ontem) foi nesse
sentido", disse.
Um segurança do STF disse que
Pacheco estava "visivelmente embriagado" quando participou da sessão.
O advogado, no entanto, desmentiu a afirmação e disse que ela representa uma
tentativa de desqualificar sua atuação profissional.
O ministro Marco Aurélio defendeu
que sejam julgados com prioridade os recursos dos condenados no processo do
mensalão que tiveram o trabalho externo revogado, bem como o de José Genoino,
que pede para voltar a cumprir prisão domiciliar.
"Nós estamos a cuidar de
assunto que diz respeito a réus presos. E aí o processo tem preferência maior.
Eu creio que o ministro Joaquim deveria - e julgo os outros por mim, eu faria
isso - trazer imediatamente esses processos", afirmou.
Fonte: STF.
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