COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
POLÍTICOS CORRUPTOS E OS CORRUPTORES.
Nobres:
Vamos pelo menos
confiar na crença na política e por objetivo, não sejamos céticos. Poderemos
consertar o que está errado. É humano e compreensível que pessoas revoltadas
com o comportamento de seus representantes no poder resvalem para a
generalização, afirmando que todos os políticos são inconfiáveis. Este
conceito, porém, carrega no seu bojo uma contradição: os políticos, queiramos
ou não, somos nós. Eles não vêm de outro planeta. Saem dos setores organizados
da sociedade, chegam ao poder pela autorização explícita de contingentes de
eleitores numerosos o suficiente para diferenciá-los dos demais postulantes da
mandatos. No máximo, podemos dizer, sem cair em grande contradição, que a
política corrompe porque a sociedade tolera. Em primeiro lugar, não há
corrupção sem corruptores e então, a responsabilidade não pode ser atribuída
apenas aos políticos. A pergunta que se impõe é: o que os cidadãos podem fazer
para impedir a deformação da política? Numa democracia, podem muito, cidadãos
bem informados e partícipes têm poder para fiscalizar e depurar a política,
colocando nos postos de comando da administração pessoas íntegras e
comprometidas com a sociedade. Se não acreditarmos que essas pessoas existem,
estamos duvidando de nós mesmos. A descrença na política pode ter esse viés
positivo de aumentar a massa crítica da população, de levar a indignação para
as ruas e de criar uma cultura de acompanhamento e controle da representação. Em
vez de revolta contra o voto obrigatório, que é uma determinação
constitucional, o mais sensato talvez seja transformá-lo na prática em voto
meritório, de forma que contemple apenas candidatos sobre os quais não paire
qualquer dúvida em relação à integridade, à honestidade e à vontade de
efetivamente trabalhar pelo município, estado e o país e, quanto antes à
seleção começar, mais acertos se terá. Sempre haverá enganos e traições, mas a
mesma democracia que possibilita tais desvios oferece igualmente remédios para
corrigi-los. O país tem jeito, sim. Basta lembrar que já não se pode mais
contar nos dedos de uma mão os políticos que perderam mandatos, cargos e até a
liberdade por terem traído a confiança da população. O caminho é que o eleitor
no exercício soberano através do voto seja o responsável maior para escolher o
que presta e que seja de bem para servir o país e o estado. Quanto ao município
seja fundamental na preferência de probos para lhe bem representar deixando de
lado a compra e venda de votos, como único e (in) fiel dessas atitudes.
Antônio Scarcela
Jorge.
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