domingo, 15 de junho de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 'DOMINGO' 15 DE JUNHO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

DIREITO E DEVER.

Nobres:
O fundamental de um pleito eleitoral é essência do voto. É a sua forma legal de escolher quem irá nos representar politicamente, mas a discussão sobre a obrigatoriedade ou não do voto é um assunto que sempre vem à tona neste ano de eleições. Vale salientar que no Brasil, o voto é facultativo a partir dos 16 anos e obrigatório a partir dos 18 anos. A atual discussão sobre o voto por vezes perpassa os avanços adquiridos ao longo dos séculos. Já tivemos muitas conquistas com relação ao voto. O atual sufrágio universal, por exemplo, não faz distinções de gênero, crença, etnia ou classe social: na prática deveria ser assim. Criou-se o malefício da compra do voto junto as camadas de menor poder aquisitivo da população e tem grande resultado chegando-se a eleger candidatos inescrupulosos que tomam posse e naturalmente já estão descompromissados com seus munícipes e naturalmente não atendem o reclamos da sociedade no básico administrativo, como saúde, educação e outros fatores essenciais do cotidiano de gestão. O pior quando pode se fundamentar indícios desta desastrada ação são logo protegidos por segmentos dos poderes, estabelecendo a unanimidade iminente da cadeia corrupta neste país e, continuam a navegar no mar da tranquilidade estabelecendo zombarias aqueles que surgem a qualquer lado. Exercitar a cidadania é a certeza da derrota imposta por larápios da política.   Entretanto não podemos se abater diante de tudo isso. O mais importante, no entanto, é entender que a democracia só se consolida quando há uma participação efetiva das pessoas na vida pública, não só através do voto, mas também do controle social. Os cidadãos precisam e devem exigir o cumprimento da lei por parte do governo. A Constituição de 1988 corresponde a um marco na redemocratização e no resgate da cidadania, mas é preciso que cada cidadão faça valer seus direitos, cobrando transparência e promessas feitas em época de eleição. Afinal, ser cidadão é ir contra a corrupção, é fiscalizar as atitudes dos governantes, é cumprir os deveres e exigir os direitos que estão na Constituição, é ter acesso a informação, a liberdade e a igualdade. A participação deve ser uma oportunidade acessível a todas as pessoas, sem privilégios para determinado segmento da população. Seja sob a simples forma de ação pessoal ou pela organização de instituições, a participação é a forma para alcançar a plena democracia. Por intermédio dela, o cidadão passa a atuar na tomada de decisões políticas, cobrando ações do Estado, contestando políticas públicas deficientes e expressando sua escolha nas eleições através do voto. Um dia o abatido será o corrupto.

Antônio Scarcela Jorge.

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