segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

COMENTÁRIO - 03/12/2012



COMENTÁRIO

ILIMITADA NOSTALGIA

Nobres:
Retomamos parte do passado em que vivenciamos os toques “A-S-D-F-G”. Essa fileira de letras, suspeito, soa como música na memória de milhares de brasileiros. Basta repeti-las para lembrar as primeiras lições de datilografia, na      aurora de nossas vidas, em belas tardes vadias. Se aprendêssemos a “bater máquina”, como se dizia, poderíamos arrumar emprego num escritório, livrando-nos dos rigores do trabalho que se exponha naquela época. E era preciso bater bem. Havia concorrência, por isso as escolas mais conceituadas cobriam o teclado com uma caixa de papelão, obrigavam a sentar ereto e a fitar o olho no rolo de papel. Metodologia pura. O preço do sacrifício seria poder declarar no currículo: “Bom datilógrafo”. Na hora do “teste de datilografia” – obrigatório nas firmas, claro –, alguns se embananavam ao ter de colocar o carbono entre duas folhas de sulfite. É operação que exige a destreza de um samurai. Quantos e quantos venceram na vida graças às aulas do seu Tupinambá ou na Escola Profissional Deputado Furtado Leite, instituição pública do município, que funcionava no demolido Salão Paroquial, ora situado na esquina da Rua General Sampaio (aqui já foi instalada uma escola profissional, que se fechou ao longo do tempo) e por último da nova geração do Joaquim Tomás que tinha aula especializada e se reversava em turnos. Como se sabe, essas histórias dormem em algum lugar do passado, ao lado do Código Morse. Farejando bem, contudo, a gente ainda encontra quem não abra mão das econômicas e ergonômicas máquinas de escrever, e até quem tire delas o seu sustento. Já viu algum datilógrafo com tendinites e bursites? Eu não. Isso regrada à saúde - Carregar o trambolho, puxar o carro e desemperrar a letra “a”, sempre ela, fortalece os músculos. Porém existe exceção – como eu... - Áureos tempos!
Antônio Scarcela Jorge


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