EUNÍCIO OLIVEIRA É ELEITO PRESIDENTE DO SENADO PARA OS PRÓXIMOS DOIS ANOS.
Peemedebista é aliado do presidente Michel Temer e vai suceder Renan Calheiros (PMDB-AL); no comando do Senado, Eunício controlará orçamento de R$ 4,2 bilhões.
O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito nesta
quarta-feira (1º) presidente do Senado e do Congresso Nacional para os próximos
dois anos. Ele recebeu 61 votos e derrotou na eleição José Medeiros (PSD-MT),
que recebeu 10 votos – outros 10 senadores votaram em branco.
Pai de quatro filhos, Eunício nasceu em setembro de
1952 em Lavras da Mangabeira, município no Centro-Sul do Ceará, localizado a
400 quilômetros da capital, Fortaleza. O senador é casado com Mônica Paes de
Andrade, filha do ex-deputado e ex-presidente do PMDB Paes de Andrade (que
morreu aos 88 anos em 2015).
Aliado do presidente Michel Temer, Eunício Oliveira
vai suceder no cargo Renan Calheiros (PMDB-AL) e controlará um orçamento de R$
4,2 bilhões por ano.
Considerado um "político habilidoso" pelos
colegas, o parlamentar passou as últimas semanas se reunindo com lideranças
partidárias em busca de apoio para sua eleição.
Ele prometeu, por exemplo, ao PSDB – segunda maior
bancada da Casa (12 senadores) – a presidência da Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) e dois assentos na Mesa Diretora: a Primeira-vice-presidência
e a Quarta Secretaria.
Diante dessas negociações, o PSDB aceitou apoiar
Eunício, assim como PP, PSD, PTB, DEM e PSB, entre outros.
Mesa Diretora
Após ter sido eleito presidente, Eunício abriu o
processo de escolha dos demais integrantes da Mesa Diretora, que é composta,
além do presidente, por dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro
suplentes dos secretários.
A composição da Mesa Diretora foi definida por
articulações políticas entre os senadores. Como houve consenso e não havia mais
de um candidato para cada cargo, o peemedebista abriu uma votação no painel
eletrônico apenas para confirmar a chapa única.
Assim, não foi necessário que os senadores se
dirigissem à urna eletrônica - a chapa recebeu 75 votos a favor e 4 contra.
A Mesa Diretora será composta, além do presidente
Eunício Oliveira, pelos seguintes senadores:
1º Vice:
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB);
2º Vice:
João Alberto Souza (PMDB-MA);
1º
Secretário: José Pimentel (PT-CE);
2º
Secretário: Gladson Cameli (PP-AC);
3º
Secretário: Antonio Carlos Valadares (PSB-SE);
4º
Secretário: Zezé Perrella (PMDB-MG);
1º suplente:
Eduardo Amorim (PSDB-SE);
2º suplente:
Sergio Petecão (PSD-AC);
3º suplente:
Davi Alcolumbre (DEM-AP);
4º suplente:
Cidinho Santos (PR-MT).
Discursos
Em seu primeiro discurso após ser eleito, Eunício
disse ser um homem público "experimentado" e um "sertanejo
forjado no enfrentamento de desafios". Ele afirmou ainda que os interesses
da nação superam os interesses e valores pessoais.
O novo presidente do Senado também defendeu o papel do
Senado na superação da crise. "A nação sempre depositou expectativas muito
elevadas. Cabe a esta Casa colaborar o esforço de unir o país em torno de
um projeto de desenvolvimento", afirmou.
O peemedebista ainda defendeu diálogo maior do Senado
com outros setores, como a sociedade civil, para "recuperar a confiança em
nossas instituições".
Pouco antes de ter sido eleito, Eunício Oliveira já
havia feito um discurso na tribuna da Casa, no qual citou a crise econômica e
defendeu a necessidade de o Senado aprovar as reformas propostas pelo governo
Michel Temer, como a da Previdência.
"O Senado tem a obrigação de trabalhar com os
demais poderes para implementar ações que coloquem o Brasil no trilho do
crescimento", disse.
Eunício afirmou, ainda, ser "hora de unir e não
desunir". Disse também que a trajetória política dele como deputado,
ministro e senador o havia ensinado sobre a importância sobre "construir
consenso do que apostar em dissensos."
Eunício também defendeu a independência entre os
poderes. "O equilíbrio harmônico entre os três poderes [...] será perseguido
por mim em todos os dias do meu mandato", afirmou.
Atribuições
É o responsável por pautar os projetos que serão
votados no plenário da Casa;
Segundo na
linha sucessória da Presidência da República (porque o país está sem
vice-presidente), assume interinamente o Palácio do Planalto nas ausências do
presidente Michel Temer e do presidente da Câmara;
Presidente do Congresso Nacional, é o responsável por
pautar as sessões conjuntas do Legislativo, formadas por deputados e senadores.
Desafios
Como novo presidente do Senado, Eunício Oliveira terá
de enfrentar uma série de temas polêmicos ao longo dos próximos dois anos.
Outro tema que deve ser analisado pela Casa é o
conjunto de medidas de combate à corrupção proposto pelo Ministério Público.
O pacote já foi aprovado na Câmara e enviado ao
Senado, mas, como os deputados desfiguraram as medidas, o ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinou que o projeto volte a ser analisado
pela Câmara, o Senado já recorreu, mas ainda não há uma decisão final sobre o
tema.
Também devem ser analisados pelo Senado neste ano o
projeto que põe fim ao foro privilegiado no caso de crimes comuns, como roubo e
corrupção e a medida provisória que estabelece uma reforma no ensino médio.
Orçamento
Cabe ao presidente do Senado, ao lado do
primeiro-secretário da Casa, administrar um orçamento de R$ 4,2 bilhões ao ano.
Esses recursos são destinados à manutenção das
atividades parlamentares e aos vencimentos de senadores.
O dinheiro também paga os salários dos funcionários da
Casa: quase 6 mil, entre servidores comissionados e efetivos.
O orçamento deste ano do Senado é quase o dobro do
valor que o prefeito de Florianópolis terá para administrar a cidade, previsto
em R$ 2,3 bilhões.
Regalias
Atualmente, prestam serviço na residência oficial um
administrador, 12 seguranças, três cozinheiras, dois auxiliares de cozinha,
duas passadeiras, três camareiras, três auxiliares de serviços gerais, cinco
garçons, um jardineiro e dois auxiliares de jardinagem.
O Senado paga todas as despesas da residência oficial,
incluindo os gastos com comida, energia elétrica, água e telefone, além dos
salários dos funcionários.
Eunício Oliveira também pode usar um avião da Força
Aérea Brasileira (FAB), mas, se preferir utilizar aviões de carreira, as
passagens são custeadas pela Casa. Em deslocamentos por terra, ele tem direito
a utilizar um carro oficial, escoltado por policiais legislativos.
Além de tudo isso, o presidente do Senado é
assessorado diretamente por um conjunto de funcionários. Há, pelo menos, 111
servidores servindo a presidência da Casa, divididos entre assessores
legislativos, de imprensa e de gabinete, além de seguranças e auxiliares que
dão suporte a ele no Congresso ou na residência oficial.
Planalto comenta
Após a confirmação da eleição de Eunício, o porta-voz
da Presidência, Alexandre Parola, convocou a imprensa para um rápido
pronunciamento no Palácio do Planalto, no qual informou que o presidente Michel
Temer transmitiu "os cumprimentos e votos de pleno êxito" ao colega
de partido.
De acordo com o porta-voz, Temer pretende
"avançar" nas reformas propostas pelo governo, porque essas medidas,
no "dia a dia, estão recolocando o Brasil de volta nos trilhos do
crescimento e da prosperidade".
O porta-voz disse ainda que Temer cumprimenta o
candidato derrotado, José Medeiros, pela campanha conduzida com "elegância
e espírito público".
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário