DELEGADO QUE INICIOU A LAVA JATO DEIXA INVESTIGAÇÕES NO PARANÁ.
Márcio Anselmo disse em carta enviada à PF que está
'esgotado'.
Corporação da Polícia Federal disse que delegado
aceitou convite.
O delegado da Polícia Federal
(PF) Márcio Adriano Anselmo, que é um dos responsáveis pelas investigações que
deram início à Operação Lava Jato, vai deixar os trabalhos para assumir um
posto de investigação em uma Corregedoria da Superintendência Regional Polícia
Federal no Espírito Santo. A informação foi confirmada ao G1 pela Polícia
Federal.
Márcio Anselmo encontra-se em
missão no Espírito Santo, mas ainda deve voltar ao Paraná para concluir alguns
trabalhos que estão pendentes antes de se desligar totalmente das investigações
da Lava Jato, conforme a PF.
Ainda de acordo com a corporação,
a saída do delegado se deu por um convite feito pelo Superintendente da PF no
Espírito Santo.
Em uma carta enviada à PF, Marcio
Anselmo disse que pediu o desligamento por esgotamento físico e mental causado
pelos mais de três anos que esteve à frente dos inquéritos da operação.
"Importante frisar ainda que
minha saída do grupo não me impede de continuar auxiliando nos trabalhos com
toda a expertise adquirida ao longo desse período, notadamente no momento em
que diversas unidades da federação tem recebido investigações desmembradas da
Operação Lava Jato", disse Márcio Anselmo.
No sábado (11), a Associação
Nacional dos Delegados de Polícia Federal publicou uma nota informado que
delegados de Polícia Federal de todo o Brasil se reuniram em uma assembleia e
decidiram solicitar ao presidente da República Michel Temer a mudança do
diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e a indicação de um novo diretor-geral.
A assembléia teve a aprovação de
72% dos delegados presentes, ainda de acordo com a associação.
"Os Delegados da PF entendem
que a atual Direção-Geral não vem atendendo às necessidades do órgão e que a
sua constante omissão vem causando o enfraquecimento da instituição, pois não
promove o apoio devido àqueles que se dedicam às grandes operações, nem aos que
estão a cargo das investigações rotineiras, resultando em um clima geral de
insatisfação e indignação de centenas de Delegados que dedicam suas vidas ao
trabalho policial, tão admirado por todos os brasileiros".
Em razão
da falta de apoio da Direção-Geral da Polícia Federal, diversos delegados
federais que coordenavam operações policiais foram deslocados para outras áreas
e locais, devido ao esgotamento físico, mental e operacional a que são
submetidos.
"Registre-se que essa
situação de abandono institucional não ocorre em nenhuma outra instituição que
participa diretamente das investigações criminais, como o MPF e a Justiça
Federal".
A associação dos delegados
apresentou, na mesma nota, o currículo de três delegados de polícia federal, de
classe especial, escolhidos pela categoria para ocupar a direção-geral da
instituição.
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