BASE TENTA ACELERAR VOTAÇÃO, MAS SABATINA DE MORAES NA CCJ FICA PARA PRÓXIMA TERÇA.
Senadores aliados de Michel Temer queriam que
sabatina acontecesse já nesta quarta (15); presidente da reunião decidiu,
porém, dar uma semana para colegiado analisar relatório.
A
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado decidiu marcar para a
próxima terça-feira (21) a sabatina do ministro licenciado da Justiça,
Alexandre de Moraes, indicado para ocupar a vaga deixada por Teori Zavascki no
Supremo Tribunal Federal (STF).
A data já
havia sido indicada pelo presidente do colegiado, Edison Lobão (PMDB-MA) na última sexta (10). O senador, porém, ainda não havia marcado a data
oficialmente.
Governistas
queriam que a sabatina ocorresse já nesta quarta-feira (15), mas, diante de
críticas da oposição, desistiram da antecipação.
Nesta
terça, o relator da indicação, Eduardo Braga (PMDB-AM), leu parecer em que diz
que Moraes é qualificado para ocupar a vaga no STF.
Manobra.
A base de
Temer queria aprovar a indicação de Moraes o quanto antes para evitar que o indicado
que foi filiado ao PSDB e cuja imparcialidade tem sido questionada por
oposicionistas continue a ser alvo de críticas de adversários e da opinião
pública.
Aliados
do Palácio do Planalto argumentaram que, em outra indicação de autoridade, foi
necessária apenas uma semana da chegada da mensagem presidencial ao Senado para
que fosse realizada a sabatina.
O líder
do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que faz parte do costume
do Senado votar indicações com rapidez. “É consuetudinário”, declarou.
Lindbergh
Farias (PT-RJ) disse que se a comissão acelerar o trâmite da indicação, a CCJ
ficaria “desmoralizada”.
“O PMDB
propor isso daqui é gravíssimo. É um escândalo. Nós não vamos aceitar isso. Que
imagem os senadores vão passar à sociedade? Votar assim apressadamente? Nós
precisamos de tempo. Essa CCJ estará desmoralizada se aprovar a posição do
senador Romero Jucá”, opinou Lindbergh.
O senador
Lasier Martins (PSD-RS) também se demonstrou contrário à aceleração da votação.
“Consuetudinário
significa prática reiterada. Ora, temos apenas um único exemplo em que isso
aconteceu”, expôs.
O líder
do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse que cabia ao presidente da
comissão decidir sobre os prazos da tramitação da indicação no colegiado.
Apesar da
pressão de governistas, o vice-presidente da CCJ, Antonio Anastasia (PSDB-MG),
que presidia os trabalhos na ausência de Edison Lobão (PMDB-MA), entendeu que a
sabatina deveria ser mantida para a próxima terça-feira.
Diante do entendimento
de Anastasia, os governistas, representados por Romero Jucá, decidiram aceitar
a data e desistiram da antecipação.
Fonte: G1 – DF.
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