JUIZ DA LAVA JATO DIZ QUE CUNHA TENTOU INTIMIDAR TEMER.
Sérgio Moro afirmou que não se pode permitir que o processo judicial seja utilizado para que se 'transmita ameaças, recados ou chantagens a autoridades'
Ao negar pedido de
liberdade apresentado pelo ex-presidente da Câmara, preso desde outubro de 2016, o juiz federal Sérgio
Moro, dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba, afirmou em decisão
desta sexta-feira, 10, que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB)
tentou intimidar o presidente da República, Michel Temer, no processo penal que
responde pelo recebimento de R$ 5 milhões de propinas em um contrato da
Petrobrás, na África. O magistrado negou pedido de liberdade apresentado pela
defesa do ex-deputado.
“Não se pode permitir
que o processo judicial seja utilizado para essa finalidade, ou seja, para que
parte transmita ameaças, recados ou chantagens a autoridades ou a testemunhas
de fora do processo”, registrou Moro, ao negar que Cunha fosse colocado em
liberdade.
O ex-presidente da
Câmara está preso, preventivamente, em Curitiba desde outubro de 2016.
Moro considerou que
Cunha tentou pressionar Temer para que ele interferisse na Lava Jato, em seu
favor.
Para isso, citou as
perguntas dirigidas ao presidente da República, que foi arrolado pelo
ex-deputado como sua testemunha de defesa no processo.
“Tais quesitos,
absolutamente estranhos ao objeto da ação penal, tinham, em cognição sumária,
por motivo óbvio constranger o Exmo. Sr. Presidente da República e
provavelmente buscavam com isso provocar alguma espécie intervenção indevida da
parte dele em favor do preso”, afirmou Moro.
“Isso sem olvidar
outros quesitos de caráter intimidatório menos evidente.”
Fonte: O Estadão.
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