TEMER DIZ QUE VAI AFASTAR MINISTRO QUE FOR DENUNCIADO NA LAVA JATO.
Afastamento será provisório em caso de denúncia e
definitivo se o ministro virar réu, afirmou o presidente.
Temer disse que o governo não quer blindar ninguém
na Lava Jato.
O presidente Michel Temer disse
nesta segunda-feira (13), em pronunciamento à imprensa no Palácio do Planalto,
que vai afastar do governo qualquer ministro que for denunciado na Operação
Lava Jato.
Segundo Temer, o afastamento será
provisório se o ministro for denunciado. E será definitivo se, após a fase de
denúncia, o ministro virar réu.
Nas etapas do processo jurídico,
o Ministério Público em um primeiro momento oferece denúncia sobre alguém à
Justiça quando considera que há provas consistentes de que um crime foi
cometido.
Se a Justiça aceitar a denúncia,
o investigado vira réu e passa a responder a um processo.
"Se houver denúncia, o que
significa um conjunto de provas eventualmente que possam conduzir a seu
acolhimento, o ministro que estiver denunciado será afastado provisoriamente.
“Depois, se acolhida a denúncia e
aí sim a pessoa, no caso o ministro, se transforme em réu; estou mencionando os
casos da Lava Jato, se transformando em réu, o afastamento é definitivo”,
afirmou o presidente.
Segundo ele, o afastamento
definitivo independe de haver ou não condenação na Justiça.
O pronunciamento de Temer, sem
abertura para perguntas de jornalistas, durou cerca de 8 minutos. O presidente
ressaltou em sua fala que o governo não tem intenção de interferir na Lava
Jato.
"Quero anunciar em caráter
definitivo e talvez pela enésima vez que o governo jamais poderá interferir
nessa matéria, que corre por conta da Polícia Federal inauguralmente, do
Ministério Público e do Judiciário", afirmou Temer.
A fala do presidente ocorre em
uma semana que começa após desgaste do governo, nos últimos dias, com a
nomeação de Moreira Franco para ocupar a vaga de ministro da Secretaria-Geral
da Presidência.
Até então, Moreira vinha atuando
no governo como secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Com
a nomeação e o status de ministro, ele passava a ter foro privilegiado e só
poderia ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal.
Moreira é citado na delação
premiada do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho.
Críticos da nomeação dele para o
ministério acusaram Temer de tentar proteger Moreira com o foro privilegiado,
impedindo que o novo ministro seja investigado pelo juiz Sérgio Moro,
responsável pela Lava Jato na primeira instância.
Diversas liminares na Justiça
anularam a nomeação de Moreira, mas todas foram derrubadas após recurso do
governo. Atualmente, ele é ministro, mas sem foro privilegiado.
A última palavra no caso será
dada pelo ministro Celso de Mello, do STF, que analisa o caso na Corte.
"O governo não quer blindar
ninguém e não vai blindar", disse Temer no pronunciamento.
"Apenas não pode aceitar que
a simples menção inauguradora de um inquérito para depois inaugurar uma
denúncia depois inaugurar um processo já seja de molde a incriminá-lo em
definitivo e em conseqüência afastar o eventual ministro", completou o
presidente.
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