SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela JorgeESCOLA SEM PARTIDO É UMA FALÁCIA.
Nobres:
Em que estado chegou à educação brasileira por
agenciar o processo desqualificado por professores que aprenderam a metodologia
“Paulo Freire” que não existe neutralidade e que sua missão é converter os
alunos em réplicas ideológicas de si mesmo. Por este meio transformaram a esquerda
brasileira conseguiu em menos de 40 anos um feito notável, sem paralelo,
talvez, no Ocidente democrático: impôs a sua “ciência”, os seus valores e a sua
agenda política e ideológica a todo o sistema educacional, subordinando-o ao
seu projeto de poder. Nessa atmosfera de sectarismo mais ou menos disfarçado,
alunos e professores que não seguem a cartilha esquerdista são estigmatizados,
marginalizados e perseguidos; vocações científicas são abafadas; pais assistem
perplexos à usurpação pelo governo, pelas escolas e pelos professores – da sua
autoridade religiosa e moral sobre os próprios filhos; colégios de elite se
transformam em incubadoras de black blocs. O pluralismo sucumbe. O dogmatismo
prospera. A qualidade desaba. Uma vez conquistada, a hegemonia é mantida graças
ao mecanismo de retroalimentação do sistema, já que parte dos estudantes que
saem das universidades retorna ao ensino fundamental e médio para exercer a
docência e fazer a cabeça dos alunos. Segundo pesquisa do Instituto Sensus, 80%
dos professores da educação básica reconhecem que o seu discurso em sala de
aula é politicamente engajado. O petismo, como se sabe, é o principal
receptador desses furtos ideológicos. Já o era antes de chegar formalmente ao
poder, e continuará a sê-lo por muito tempo ainda, se nada for feito. O
impeachment – que atende nas salas de aula pelo nome de “golpe” – serviu apenas
para inflamar o zelo da militância. Como
debelar esse câncer que destrói a educação e ameaça a democracia? Antes de
tudo, é preciso compreender a natureza gramsciana do fenômeno, a começar pela
inexistência de um comando centralizado, de caráter político-administrativo,
cujas diretrizes seriam executadas por obedientes professores. Se existisse,
bastaria substituí-lo, e o problema estaria resolvido. Mas não é assim que
funciona. O agente do processo é o burocrata – em especial, aquele professor
que aprendeu com Paulo Freire que não existe neutralidade e que sua missão é
transformar os alunos em réplicas ideológicas de si mesmo. Além disso, há o
fato de a quase totalidade do trabalho de cooptação ser realizado entre quatro
paredes e a portas fechadas, o que inviabiliza, na prática, o controle externo
da atividade. E, para piorar, as vítimas desses abusos ou não se reconhecem
como tais ou se calam para não sofrer perseguições. Diante dessa realidade, o
Movimento Escola sem Partido elaborou e vem promovendo um anteprojeto de lei
que prevê a afixação de um cartaz com deveres do professor que poderiam ser
resumidos em não se aproveitar da relação desigual entre docente e aluno para
impor, promover ou favorecer as próprias ideologias, nem prejudicar quem delas
discorde – em todas as salas de aula do ensino fundamental e médio. O objetivo
é dar ao aluno os meios de que ele necessita para se defender dos abusos, já
que dentro da sala de aula ninguém mais poderá fazer isso por ele. Contra a
proposta, porém, levanta-se uma ruidosa e bem articulada parcela do
professorado, geralmente ligada a sindicatos controlados pelo PT. Ela
reivindica nada menos que o direito de continuar a fazer a cabeça dos alunos e
a usá-los como massa de manobra a serviço dos seus próprios interesses. Mas
eles não conseguirão impedir que ele avance. Em breve, a nova mentalidade se
espalhará na educação básica; de lá, será levada na mochila dos estudantes para
dentro das universidades, retornando ao ensino fundamental e médio, agora pelas
mãos dos professores. As faculdades serão pressionadas a criar uma disciplina
obrigatória de Ética do Magistério. Em menos de dez anos uma estaca terá sido
cravada no coração do vampiro gramsciano que subjuga a educação brasileira.
Antônio
Scarcela Jorge.
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